Want to create interactive content? It’s easy in Genially!

Get started free

Poema "Prece" da Mensagem

mrie rocs

Created on December 14, 2023

Start designing with a free template

Discover more than 1500 professional designs like these:

Vaporwave presentation

Animated Sketch Presentation

Memories Presentation

Pechakucha Presentation

Decades Presentation

Color and Shapes Presentation

Historical Presentation

Transcript

poema "Prece" da Mensagem

Nome: Carolina Sá; Catarina Pan; Maria BogoNúmeros:5, 6, 21 12º1

índice

1. Localização do poema na obra Mensagem

2. Poema "Prece"

3. Aspetos gerais

4. Exercícios

6.Webgrafia

5. Síntese

Parte da Mensagem

O poema "Prece" é o último da 2° parte da Mensagem, cujo nome é "Mar Português", fazendo a ligação entre esta e a 3° parte. O tema central é a invocação de Pessoa a uma divindade, pedindo-lhe ajuda para reacender a alma Lusitana para que de novo "conquistemos a Distância".

A segunda parte da Mensagem remete para a vida e para a realização do país, que se fez Império (corresponde ao apogeu dos Descobrimentos).

Assim, como o poema pertence a esta parte, aborda a glória dos portugueses enquanto donos do mar. Nos dois últimos versos do poema enuncia-se a 3ªparte da obra, mostrando-se a esperança de que o povo português volte a ser o senhor do mundo. Consequentemente, abre-se caminho para a exploração do tema do Quinto Império, que se encontra na parte que encerra a Mensagem, designada: “O encoberto”.

Dá o sopro, a aragem — ou desgraça ou ânsia —, Com que a chama do esforço se remoça, E outra vez conquistemos a Distância — Do mar ou outra, mas que seja nossa!

Prece

Senhor, a noite veio e a alma é vil. Tanta foi a tormenta e a vontade! Restam-nos hoje, no silêncio hostil, O mar universal e a saudade. Mas a chama, que a vida em nós criou, Se ainda há vida ainda não é finda. O frio morto em cinzas a ocultou: A mão do vento pode erguê-la ainda.

Fernando Pessoa, Mensagem (ed. Fernando Cabral Martins), Porto, Assírio & Alvim, 2012. p.63.

Recursos expressivos:

  • Apóstrofe: “Senhor,”(v.1)
  • Hipérbole: “Tanta foi a tormenta e a vontade!”(v.2)
  • Personificação: “A mão do vento”(v.8) e em "O frio morto"(v3)
  • Metáfora: "A mão do vento"(v8) e "noite"(v1) -declínio do Império

Aspetos gerais do poema

O poema apresenta um discurso na primeira pessoa do plural tal como se verifica em: “Restam-se”, “nossa” e “conquistemos”, de modo a que o sujeito lírico se refira ao povo português. O sujeito poético expressa os seus sentimentos na sua súplica, mas em nome dos portugueses.

A expressão "a noite veio" representa a chegada da tristeza e da angústia, visto que o "dia" simboliza a grandeza do património que os portugueses conquistaram. Assim, a noite simboliza a ausência do Império material, pelo que representa um período de espera pela glória da nação. Esta estrofe traduz o desalento do sujeito poético face ao momento de decadência que vive a sociedade portuguesa.

No segundo verso, a palavra "vontade" reflete o sonho de que a pátria recupere da estagnação. Para além disso, "a tormenta" retrata as dificuldades que os portugueses tiveram de ultrapassar. Após isto, o sujeito poético mostra-se abatido, afirmando que resta somente o "silêncio hostil" e a "saudade". Por fim, na expressão "O mar universal e a saudade"( v.4), evidencia-se a nostalgia do Império universal e da glória que o povo português teve enquanto dono do Império marítimo("mar").

Senhor, a noite veio e a alma é vil. Tanta foi a tormenta e a vontade! Restam-nos hoje, no silêncio hostil, O mar universal e a saudade.

A conjunção “mas” introduz uma contradição, já que na estrofe anterior se destaca o desânimo e a tristeza, que contrasta com a esperança da segunda estrofe. A repetição da palavra “ainda” reforça a ideia de que tudo se pode alterar assim como as "cinzas" podem simbolizar o mistério e o renascer. De seguida, a expressão “a chama” e o verso: "Se ainda há vida ainda não é finda." traduzem a existência de esperança, isto é, que nada está perdido.

O terceiro verso espelha a falta da "chama", ocultada pelas cinzas, como resultado da morte. Mas apesar disto, ainda é possível concretizar o sonho português (" Se ainda há vida ainda não é finda"). Não só a expressão: "A mão do vento" é uma metáfora, como também é uma personificação. A metáfora reside na crença de que o vento pode erguer o Império, pelo facto do vento ter guiado as naus e, por isso, despoletado os Descobrimentos. Em suma, o “eu” lírico evidencia a sua esperança em relação a um futuro melhor para o Império, utilizando para isto a metáfora da chama e das cinzas.

Mas a chama, que a vida em nós criou, Se ainda há vida ainda não é finda. O frio morto em cinzas a ocultou: A mão do vento pode erguê-la ainda.

Nesta parte do poema é concretizado o pedido para que a alma Lusitana se reerga tal como a chama se reacende das cinzas. O sujeito poético ainda expressa a sua vontade de conquistar o Império espiritual e a necessidade de recuperar a identidade nacional. Deste modo, o “eu” lírico pede ajuda divina, um “sopro” que ateie “a chama do esforço”, mesmo que para isso tenha que haver “desgraça” ou “ânsia”, como se comprova nos primeiros dois versos. O recurso à maiúscula em: "Distância",(v.11) pretende representar a extensão do Império que os portugueses outrora tiveram.

Os versos: "E outra vez conquistemos a Distância-/ Do mar ou outra, mas que seja nossa!" traduzem a esperança num futuro áureo para o país, seja através "Do mar" ou de outra forma. A expressão: "mas que seja nossa" reforça a importância do domínio do povo português, aludindo ao Quinto Império. Por conseguinte, faz-se uma transição para a 3° parte- "O encoberto", remetendo-se assim para o Quinto Império. O Quinto Império é espiritual e universal. Além disso, segundo Pessoa, Portugal vai sobrepor-se a todos os povos através da sua língua e cultura, apesar de não se recorrer à conquista territorial. No entanto, este não existe no espaço nem no tempo.

Dá o sopro, a aragem — ou desgraça ou ânsia —, Com que a chama do esforço se remoça, E outra vez conquistemos a Distância — Do mar ou outra, mas que seja nossa!

3. Infira o sentido dos dois últimos versos do poema, justificando o recurso à maiúscula.

Pág. 119

4. Demonstre o caráter lírico do poema.

1. O poema inicia-se com um vocativo que introduz um desabafo.1.1 Explicite-o, referindo o valor simbólico da noite.

5. Esclareça a sentido do título do poema

6. Procede à análise formal do poema, classificando as estrofes, a métrica, o esquema rimático e os tipos de rimas

2. Justifique o recurso à conjunção "mas" (v.5) explicitando o seu valor.

Síntese

Webgrafia

  • https://www.studocu.com/pt/document/escola-secundaria-madeira-torres/portugues/analise-a-prece-mensagem/50296790
  • https://view.genial.ly/63be812cebe69100189d66a8/presentation-prece-fp
  • https://pt.slideshare.net/VniaRodrigues30/prece-mensagem-de-fernando-pessoa
  • https://www.esqm.pt/documentos/BE/Nova%20pasta/emar12_ppt_prece.pdf

Obrigada!

5.O vocábulo “prece” representa uma súplica, uma oração escrita que se dirige a uma divindade ou a um santo. Neste caso, por meio do primeiro verso, transmite-se a ideia de um pedido na reza do “eu” lírico. O título simboliza então a súplica do sujeito poético em nome dos portugueses para voltarem a dominar o mundo, recuperando a sua glória de tempos passados, como indica o uso da forma verbal: “foi”. Fala-se da vontade como forma de abordar esse sonho português.

1.1. O poema inicia-se com um pedido ao “Senhor” para voltar a ser de dia, que representa a grandeza do Império, e para também fugir da noite, um tempo de melancolia, desânimo e de ausência de tudo o que constituía o Império. À noite, resta apenas o "silêncio hostil" e a "saudade", simbolizando a espera pela glória futura. Assim, no silêncio da noite, surge a tristeza e a saudade dos tempos gloriosos de Portugal quando este era dono de um grande Império. Em suma, a noite representa um momento de negatividade e reflexão, como em: "a noite veio".

4. O poema apresenta traços da poesia lírica, dado que envolve a subjetividade do sujeito lírico e porque apresenta recursos estilísticos, nomeadamente aqueles que lhe conferem ritmo e musicalidade, tais como: Assonâncias: “frio”, “morto”, “ocultou”, “criou”. Som“o” “vida”, “ainda”, “finda” e “erguê-la”. Som “a” Aliterações: “veio”, ”vontade”, “vil”. Som “v” “ânsia”, “nossa”, “sopro”, “remoça”, “esforço”, “desgraça” e “Distância”. Som “ss” “universal”, “silêncio”, “saudade”, “hostil”, “Senhor” na 1ªestrofe. Som “s” Esta subjetividade chega ao leitor por meio das emoções e sensações expressas, que reforçam a dimensão lírica do poema. Assim, a pontuação expressiva veicula os sentimentos do sujeito lírico, como por exemplo, o recurso aos pontos de exclamação , que mudam o tom do poema. A musicalidade e o ritmo podem-se obter por meio de rimas, por mudanças de tom e através de repetições.

3. A utilização da palavra :”Distância”, remete para a extensão do Império que os portugueses outrora tiveram. Deste modo, o sujeito poético demonstra a sua vontade de que Portugal atinja de novo a grandeza imperial e a superioridade perante o mundo. Nos últimos dois versos do poema :“ E outra vez conquistemos a Distância —/Do mar ou outra, mas que seja nossa!”, exprime-se a esperança de que Portugal volte a ser o dono do mundo, seja através do Império marítimo ("Do mar"), ou de outro qualquer, desde que seja português ("mas que seja nossa"). Esta expressão faz uma alusão ao Quinto Império, isto é, a algo que de facto pertença à sociedade portuguesa.

6. A composição poética apresenta três quadras com o esquema rimático abab//cdcd//efef. Quanto aos tipos de rima, a rima cruzada predomina no poema. Por fim,ao nível da métrica, os versos são decassilábicos.

2- A conjunção “mas” tem um valor de oposição, pelo que introduz uma contradição. Na primeira estrofe o sujeito poético surge triste e desanimado relativamente ao estado de decadência do seu país e à perda da glória dos velhos tempos. Assim, há um contraste com a esperança presente na segunda estrofe. Além disso, a expressão: "a chama" e o verso: "Se ainda há vida ainda não é finda" significam que ainda há esperança, sendo esta o resultado da aceitação da morte e um elemento essencial para a ressurreição. A metáfora e a personificação presentes em: “A mão do vento”, remetem para a crença de que Portugal se vai reerguer das cinzas. Assim, tal como o vento guiou as naus que despoletaram os descobrimentos portugueses, este pode agora erguer esse Império como se tivesse uma "mão" capaz de recuperar a nação. Por último, o que se perdeu na morte foi a “chama”, ocultada pelas cinzas, como se verifica em: “O frio morto em cinzas a ocultou”. Contudo, o fundamental não se perdeu (“Se ainda há vida ainda não é finda”), ou seja, o sonho pode ganhar força, tal como o fogo pode ser reavivado com um sopro.