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O guardador de rebanhos

mifssp2007

Created on December 5, 2023

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Transcript

Trabalho realizado por: Luìs Sousa, Maria Inês Sà Pires e Santiago Carvalho

Alberto Caeiro

Poema IX

O guardador de rebanhos

Poema IX

Alberto Caeiro

O guardador de rebanhos

1. Estrutura externa 2. Estrutura interna 3. Anàlise do poema 4. Poesia de Alberto Caeiro 5. Conclusão

índice

Sou um guardador de rebanhos: O rebanho è os meus pensamentos E os meus pensamentos são todos sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pès E com o nariz e a boca. Pensar uma flor è vê-la e cheirà-la E comer um fruto è saber-lhe o sentido. Por isso quando num dia de calor Me sinto triste de gozà-lo tanto, E me deito ao comprido na erva, E fecho os olhos quentes, Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, Sei a verdade e sou feliz.

O guardador de rebanhos

Alberto Caeiro

O guardador de rebanhos

11 sìlabas mètricas

6 sìlabas mètricas

não existe rima, e a mètrica è irregular

dìstico

sextilha

sextilha

3 estrofes

1. Estrutura Externa

Sou um guardador de rebanhos: O rebanho è os meus pensamentos E os meus pensamentos são todos sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pès E com o nariz e a boca. Pensar uma flor è vê-la e cheirà-la E comer um fruto è saber-lhe o sentido. Por isso quando num dia de calor Me sinto triste de gozà-lo tanto, E me deito ao comprido na erva, E fecho os olhos quentes, Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, Sei a verdade e sou feliz.

Poema IX

A estrutura interna pode ser dividida entre as três estrofes do poema:
A terceira estrofe apresenta-se como a conclusão, o sujeito poètico apresenta um exemplo pessoal sobre a experiência de sentir
A segunda estrofe apresenta-se com a justificação do significado que ele atribui ao ato de pensar: pensar è sentir

Sou um guardador de rebanhos: O rebanho è os meus pensamentos E os meus pensamentos são todos sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pès E com o nariz e a boca. Pensar uma flor è vê-la e cheirà-la E comer um fruto è saber-lhe o sentido. Por isso quando num dia de calor Me sinto triste de gozà-lo tanto, E me deito ao comprido na erva, E fecho os olhos quentes, Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, Sei a verdade e sou feliz.

A primeira estrofe apresenta-se com a introdução na qual o sujeito poètico se afirma como aquele que vive apenas pelas emoções

2. Estrutura lnterna

Anàfora
Importância dos sentidos: visão, olfato e paladar
Anàfora
Enumeração
Metàfora

Sou um guardador de rebanhos: O rebanho è os meus pensamentos E os meus pensamentos são todos sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pès E com o nariz e a boca. Pensar uma flor è vê-la e cheirà-la E comer um fruto è saber-lhe o sentido. Por isso quando num dia de calor Me sinto triste de gozà-lo tanto, E me deito ao comprido na erva, E fecho os olhos quentes, Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, Sei a verdade e sou feliz.

3. Análise do Poema

Poema IX

O poema traz um sujeito poètico que se identifica como um "guardador de rebanhos", assumindo-se como parte da natureza e anulando a separação entre pensar e sentir, como propõe o sensacionismo de Alberto Caeiro. O sujeito poètico destaca a simplicidade da sua visão de mundo, exemplificando essa união entre pensar e sentir. Na estrofe final, ele reflete sobre uma tristeza que resulta do prazer em sentir o mundo. Essa tristeza, porèm, transforma-se em felicidade quando experimenta a realidade diretamente, em junção com a natureza. Nos dois versos finais, o poema reforça quatro ideias centrais: o conhecimento verdadeiro vem da realidade percebida sensorialmente; a ausência do pensamento e a importância das sensações são essenciais para esse conhecimento; e o contato direto com a natureza è fonte de felicidade.

3. Análise do Poema

Poema IX

O primado das sensações:
  • Caeiro diz representar as sensações que capta atravès dos sentidos: sensacionismo.
  • Os sentidos são o meio de conhecer e de desfrutar o real.
  • Privilegia o olhar e caracteriza os elementos que observa.

Alberto Caeiro è um poeta pastoril que vive no campo em comunhão com a Natureza. Deambula pela Natureza, contemplando a sua diversidade e desfrutando-a. Na sua existência simples, aceita e deslumbra-se com a realidade, sem a problematizar.

4. Poesia de Alberto Caeiro

Linguagem, estilo e estrutura:
  • Uso de uma linguagem simples, semelhante á fala comum, com palavras familiares.
  • Estrutura semelhante á prosa, com versos longos e ritmo mais lento.
  • Preferência pelo tempo presente do indicativo.
  • Utilização de recursos expressivos bàsicos, como comparações e metàforas
  • Frases de construção direta e predomìnio de coordenação entre as ideias.
  • Variedade na organização das estrofes e na mètrica, com versos brancos (sem rima).

4. Poesia de Alberto Caeiro

"Pus no Caeiro todo o meu poder de despersonalização dramàtica"

De todos os heterònimos de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro è considerado "O Mestre" e representa uma figura central que influenciou os outros heterònimos, como Ricardo Reis e Àlvaro de Campos, e atè o pròprio "Pessoa ortònimo" (Fernando Pessoa). Isto deve-se ao facto de que Caeiro personificar uma filosofia de vida baseada na simplicidade e no contato direto com a natureza. Essa visão simples e direta impacta profundamente o pensamento e a obra dos outros heterònimos, que se relacionam com ele como discìpulos, mesmo discordando com a sua filosofia em alguns pontos.

Fernando Pessoa

5. Conclusão

Poema IX

Alberto Caeiro

O guardador de rebanhos