Repreensões em particular - Voadores

Voadores

Capítulo V - "Sermão de Santo António" de Padre António Vieira

Características físicas

Características físicas

• têm umas barbatanas maiores do que a generalidade dos peixes (querem imitar as aves)

"Pois porque tivestes maiores barbatanas, por isso haveis de fazer das barbatanas asas?!"

Página 57 - ll. 118 e 119

Repreensões

Repreensões

• São caracterizados como caprichosos e presunçosos.
• Estes são criticados pois estão expostos aos perigos do mar (no qual morrem engandos pelo isco) e aos perigos do ar (morrem porque as velas, as cordas e os laços dos barcos transformam-se em redes, capturando-os)

"O voador fê-lo Deus peixe, e ele quis ser ave, e permite o mesmo Deus que tenha os perigos de ave e mais os de peixe."

Página 57 - ll. 128 e 129

Crítica social (alegoria)

Crítica social (alegoria)

• Os voadores representam os homens demasiado ambiciosos. Esta ambição de se querer transformar naquilo que não é (aves) só lhe traz sofrimento porque estará sujeito aos perigos do ar e do mar (crítica à ambição desmedida do homem)

"Grande ambição é que, sendo o mar tão imenso, lhe não basta a um peixe tão pequeno todo o mar, e queira outro elemento mais largo."

Página 57 - ll. 126 e 127

Exemplos

"Quem quer mais do que lhe convém, perde o que quer e o que tem"

Página 57 - ll. 137 e 138

Exemplos

• Este provérbio, tece uma crítica aos homens e à sua ambição desmedida.
• Assim, esta ambição leva muitas vezes a que percam não só aquilo que ambicionam, como também aquilo que já tinham.
• Diz a tradição que Simão, O Mago teve por mestre Dositeu, que se dizia enviado de Deus. Com ele aprendeu as artes mágicas, incluindo a levitação, que lhe permitia elevar-se no ar. No entanto, tal como os homens que tiveram uma ambição desmedida, Simão acabou por sofrer as consequências da sua ambição (tentou voar e acabou por cair)

Contraste com Santo António

Contraste com Santo António

• Santo António como exemplo de alguém que sempre se demarcou da ambição, porque reconhecia que as asas que fazem subir também fazem descer, o que pode precipitar a destruição. Santo António preferiu remeter-se à sua humildade: "Não estendeu as asas para subir, encolheu-as para descer." (ll. 166 e 167)

"Oh, alma de António, que só vós tivestes asas e voastes sem perigo, porque soubestes voar para baixo e não para cima!"

Página 57 - ll. 156 e 157

Hugo Ferreira | João Dinis Fonseca | Rodrigo Trindade

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