Poema - "Não sei quantas almas tenho"

"Não sei quantas almas tenho"

Mariana Pereira Cipriano Rodrigues Nº14 12ºCTB

Fernando Pessoa

Fernando Pessoa

1888

1935

1915

Durban

"Não sei quantas almas tenho"

Não sei quantas almas tenho.Cada momento mudei.Continuamente me estranho.Nunca me vi nem achei.De tanto ser, só tenho alma.Quem tem alma não tem calma.Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,Torno-me eles e não eu.Cada meu sonho ou desejoÉ do que nasce e não meu.Sou minha própria paisagem;Assisto à minha passagem,Diverso, móbil e só,Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendoComo páginas, meu ser.O que segue não prevendo,O que passou a esquecer.Noto à margem do que liO que julguei que senti.Releio e digo: "Fui eu ?"Deus sabe, porque o escreveu. Fernando Pessoa

Não sei quantas almas tenho.Cada momento mudei.Continuamente me estranho.Nunca me vi nem achei.De tanto ser, só tenho alma.Quem tem alma não tem calma.Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é,

Análise 1ª estrofe

Atento ao que sou e vejo,Torno-me eles e não eu.Cada meu sonho ou desejoÉ do que nasce e não meu.Sou minha própria paisagem;Assisto à minha passagem,Diverso, móbil e só,Não sei sentir-me onde estou.

Análise 2ª estrofe

Tripla adjetivação

MetáforaComparação

Por isso, alheio, vou lendoComo páginas, meu ser.O que segue não prevendo,O que passou a esquecer.Noto à margem do que liO que julguei que senti.Releio e digo: "Fui eu ?"Deus sabe, porque o escreveu.

Análise 3ª estrofe

Interrogação retórica

Estrutura do poema

AB A B C C D E

Não sei quantas almas tenho.Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem achei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é,

Conclusão

Recursos expressivos:

Não sei quantas almas tenho.Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem achei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é,

Anáfora

Antítese