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Poema em linha reta
João Carlos Luís Cordeiro
Created on October 12, 2023
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Transcript
Poema em linha reta
Trabalho realizado por João Cordeiro N43mult
Indice
Introdução
Análise
Álvaro de Campos
Recursos Expressivos
Poema
Conclusão
Poema em Linha Reta
Introdução
No âmbito da disciplina de português foi nos pedido a realização de um trabalho sobre um poema, o meu escolhido foi, "Poema em Linha Reta".Com este trabalho espero comprir com todos os objetivos pedidos em aula.
Poema em Linha Reta
Alvaro de Campos
- Álvaro de Campos nasceu dia 13 Outubro de 1890 em Tavira e faleceu a 1935;
- De todos os heterónimos de Fernando Pessoa, ele é um dos mais conhecidos;
- Depois de uma educação normal no liceu, Álvaro de Campos foi estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval em Glasgow, realizou uma viagem ao Oriente, registada no seu poema "Opiário", e trabalhou em Londres, em 1922.
- Desempregado, voltou para Lisboa em 1926,muito triste e com um pensamento pessimista.
Poema em Linha Reta
Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo, Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Poema em Linha Reta
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida... Quem me dera ouvir de alguém a voz humana Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia! Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam. Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil? Ó príncipes, meus irmãos, Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? Poderão as mulheres não os terem amado, Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca! E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído, Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear? Eu, que venho sido vil, literalmente vil, Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Poema em Linha Reta
Poema em Linha Reta
Análise
"Poema em linha reta" é uma composição que Fernando Pessoa assinou com o seu heterônimo Álvaro de Campos, que escreveu entre os anos de 1914 e 1935, não existindo certeza da sua data, pois na altura era muito complicado saber qual era a respetiva data. O poema é uma crítica às relações sociais que Campos parece observar, de fora, e a sua incapacidade de se operar pelas regras de etiqueta. O sujeito lírico aponta a falsidade e hipocrisia dessas relações. O poema é composto por 7 estrofes
Poema em Linha reta
Análise do poema
Álvaro de Campos inicia o poema dizendo que não conhece ninguém que tenha levado porrada e que todos os seus conhecidos são "campeões", o que retrata a hipocrisia de uma sociedade que aparenta ser perfeita.O autor durante o poema revela não ter amigos, tem muita dificuldade em relacionar-se com as pessoas, pois acredita que as pessoas são falsas.
Ao contrário do que disse dos seus conhecidos, retrata-se como uma pessoa imperfeita. Assume ser uma pessoa que não se adéqua às regras de etiquetas e que é maltratado pelos outros.Considera-se ridículo e cômico aos olhos de outras pessoas, assume-se como um parasita, arrogante, mesquinho. Confessa pedir dinheiro emprestado e não paga devolta.
Poema em Linha reta
Análise do poema
Percebe-se o isolamento do eu lírico, que revela-se solitário, sendo ele a única pessoa capaz de reconhecer as suas próprias fraquezas e imperfeições.
Convencido de que a sociedade não deixará de ser hipócrita e que as pessoas não revelam os seus maiores defeitos, o autor sugere pelo menos que algumas imperfeições sejam reveladas. Se as violências e os pecados não podem ser assumidos, que pelo menos uma covardia ou uma infâmia seja revelada.
Poema em Linha reta
O título do poema é irónico e antecipa a demonstração da crítica do texto, que visa as pessoas que vivem sempre em “linha reta”, isto é, que vivem como se a vida não tivesse qualquer tipo de fracassos ou humilhações e fosse marcada por vitórias constantes. A existência não é uma “linha reta”, antes é torta, feita de altos e baixos, de erros e acertos, de imperfeições e contradições. Ao longo do texto, o poeta procura desconstruir a imagem de triunfo constante, mostrando que, na realidade, não passa de uma imagem falsa e hipócrita.
Significado do título
Recursos Expressivos
"Arre,estou farto de semideus!" (v.28)
Exclamação
"grotesto,mesquinho,submisso e arrogante."(v.9)
Adjetivaação
"Nunca conheci quem tivesse lavado.Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo"(vv.1e2)
Metáfora
"Podem ter sido traídos- mas rídiculos nunca! (v.32)
Ironia
"Eu, que tenho(...)/Eu, que tenho(...)/Eu, que tenho"(vv.12 a 14)
Anáfora
"Ó príncipe, meus irmãos"(v.27)
Apóstrofe
Poema em Linha Reta
Conclusão
Com este trabalho aprendi que nem tudo tem que ser perfeito e que para conseguirmos fazer alguma coisa bem, temos de errar várias vezes, tambem aprendi que nimguem, nem nenhuma vida é perfeita.Concluo que compri com todos os objetivos pedidos em aula.
FIM
Poema em Linha Reta
Webgrafia
https://www.culturagenial.com/poema-em-linha-reta-de-alvaro-de-campos/
https://prezi.com/9ynfatxusgtv/poema-em-linha-reta/
Três fases de Alvaro de campos
A primeira é a decadentista, esta é a que mais se aproxima da nossa poesia de final do século; A segunda, é a modernista, corresponde à experiência de vanguarda iniciada com Orpheu; A terceira é a negativista, na qual a angústia de existir e ser mais, evidencia-se e radicaliza-se.