As Negociações da Adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia
Cláudia Vilas Boas
Created on July 6, 2023
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Transcript
1953
Início do I Plano de Fomento
1960
Integração de Portugal na EFTA, FMI e BIRD
1968
Marcello Caetano assumiu a Presidência do Conselho de Ministros
1948
Integração de Portugal na OECE (membro fundador)
1959
Início do II Plano de Fomento
1962
Adesão de Portugal ao GATT
1972
Acordo de Comércio Portugal-CEE e Portugal-CECA
Negociações da Adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (atual UE)
Contextualização Histórica - Estado Novo (1933-1974)
1933
Início do Estado Novo
1959
Início do III Plano de Fomento
25 de Abril 1974
11 de março 1977
Mário Soares explicou as razões do pedido de adesão à CEE
1976
28 de março 1977
Negociações para revisão do acordo Portugal-CEE
Negociações da Adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (atual UE)
1975
Integração de Portugal no Conselho da Europa
Pedido formal de adesão de Portugal às Comunidades Europeias (CECA, CEE e CEEA - Euratom)
12 de junho 1985
Assinatura do Tratado de Adesão de Portugal à CEE
1 de janeiro 1986
Portugal passou a fazer formalmente parte das Comunidades Europeias
Negociações da Adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (atual UE)
2024
Assinatura do Protocolo Financeiro e do Protocolo Adicional ao Acordo de 1972 e Acordo Intercalar entre Portugal e a CEE.
20 de setembro de 1976
22 de setembro de 1976
Portugal foi admitido no Conselho da Europa, tornando-se no 19.º Estado-Membro.
«Em primeiro lugar desafio para Portugal, pois não ignoramos de modo algum as nossas fraquezas nem as nossas actuais dificuldades. Desafio também para a Europa, pois, ao bater-lhe à porta, sentimos que exprimimos a dimensão europeia das mudanças políticas e sociais ocorridas ou em curso no Sul da Europa. Ignorar esta realidade nova só iria aumentar as diferenças que separam ainda, em termos económicos, esta Europa do Sul da Europa do Norte, com todos os perigos de desintegração e de ruptura para a Europa, a longo prazo».Mário Soares, excerto de alocução, 11 de março de 1977
11 de março de 1977
O investimento estatal, no II Plano de Fomento (1959-1964), foi superior, tendo sido canalizado, principalmente, para o desenvolvimento das indústrias-base (siderurgia, refinação de petróleo, adubos, celulose, papel, químicos) e, em menor escala, para a reorganização de algumas indústrias (ex.: vidreiras). Apesar de este segundo plano refletir ainda o condicionamento industrial, durante a sua implementação, o Estado Novo começou a desvincular-se do nacionalismo económico e, gradativamente, foi-se abrindo economicamente ao estrangeiro.
II Plano de Fomento (1959-1964)
Portugal passou a fazer formalmente parte das Comunidades Europeias.A CEE passou a integrar 12 Estados-Membros.
1 de janeiro de 1986
Também em 1960 o nosso país aderiu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) ou Banco Mundial.
4 de janeiro de 1960Assinatura da Convenção que instituiu a Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA). Portugal foi membro fundador da EFTA, juntamente com a Áustria, a Dinamarca, a Noruega, o Reino Unido, a Suécia e a Suíça. Um dos grandes objetivos deste novo grupo era concorrer com a CEE, no sentido da criação de uma zona económica comum. Naquela altura, pertencer à EFTA parecia constituir uma melhor opção para Portugal, dada a intolerância da CEE face ao regime ditatorial do Estado Novo e ao obstáculo que isso constituía à adesão.
Integração de Portugal na EFTA, FMI e BIRD
Cunha, A. (2019). A Europa pelo comércio: Portugal, a CEE e o Acordo Comercial de 1972. In A. Cunha, I. Veiga, & C. Rodrigues (Eds.), Economia e História.: Estudos em Homenagem a José Maria Brandão de Brito (pp. 205-215). Colibri.
Aprofundar conhecimentos...
A integração de Portugal na OECE e o auferimento de fundos do Plano Marshall obrigaram o nosso país a esboçar, entre 1947 e 1951, planos de desenvolvimento económico anuais e de médio-longo prazo, requisito incontornável para receber a ajuda económica americana. Esta experiência fez com que o planeamento económico fosse visto com satisfação pelos governantes portugueses. Surgiram, assim, os Planos de Fomento que continham os grandes objetivos da política económica do Estado Novo.O investimento público, no I Plano de Fomento (1953-1958), visou, sobretudo, o desenvolvimento de infraestruturas (eletricidade, transportes e comunicações). Contudo, este primeiro plano continuava ancorado a dois ideais do Estado Novo: a procura de autossuficiência, tentando substituir as importações por produtos nacionais, e o condicionamento industrial, cerceador do setor secundário.
I Plano de Fomento (1953-1958)
Início das negociações para revisão do acordo entre Portugal e a CEE assinado em 1972.
11 de junho de 1975
http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223054629Q6yOU5pa6Gx45OK0.pdf
Aprofundar conhecimentos...
Marcello Caetano assumiu o cargo de Presidente do Conselho de Ministros, ocupando-o até à Revolução dos Cravos. Na sequência de uma queda, o estado de saúde de António de Oliveira Salazar tornou-se reservado. Américo Tomás, então Presidente da República, percebeu que Salazar não teria condições para voltar a exercer convenientemente o cargo, pelo que urgia encontrar um substituto. Marcello Caetano foi o escolhido para revezar Salazar.
27 de setembro de 1968
III Plano de Fomento (1968-1973)
Foi em 1968 que foi posto em marcha o III Plano de Fomento (1968-1973), centrando-se a prioridade nas indústrias metalomecânicas, nos novos ramos da química e nas indústrias transformadoras de produtos agrícolas e silvícolas. Este plano pretendia fomentar a concentração de empresas, auxiliando, desta forma, a fortificação dos grandes grupos económico-financeiros, e captar o investimento estrangeiro, principalmente para os setores de ponta. De acordo com o III Plano de Fomento, seria, de igual modo, necessário incrementar as exportações.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros português dirigiu uma carta ao Presidente do Conselho, na qual, em conformidade com a posição tomada pela Assembleia da República, foi pedida a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, de acordo com o disposto no artigo 237.º do Tratado que instituiu a CEE.
28 de março de 1977
16 de abril de 1948Foi assinada, em Paris, a Convenção Económica Europeia, criando-se, assim, a Organização Europeia de Cooperação Económica (OECE): Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Reino Unido, Suécia, Suíça, Turquia e Alemanha Ocidental. 27 de setembro de 1948Rui Teixeira Guerra, representante de Portugal na OECE, apresentou informalmente a Averrel Harriman, embaixador especial dos EUA, a intenção do Governo português de solicitar auxílio financeiro Marshall.
Organização Europeia de Cooperação Económica (OECE)
6 de abril de 1962Portugal assinou, em Genebra, o protocolo de adesão ao Acordo Geral de Pautas Aduaneiras e Comércio (GATT), no qual estava estipulada a diminuição de tarifas alfandegárias, bem como de outros entraves comerciais.
Adesão de Portugal ao GATT
Por via de plebiscito, a Constituição de 1933 foi aprovada. Foi, formalmente, instituído o Estado Novo, que iria consolidar a edificação do "Estado forte", que Salazar já vinha advogando há alguns anos. Portugal viveria, até 1974, sob o jugo deste regime de feição autoritária, conservadora, antiliberal, antiparlamentar, nacionalista, corporativista e colonial.
Constituição de 1933
Foram assinados, a 22 de julho de 1972, em Bruxelas, um Acordo Comercial entre Portugal e a CEE e um Acordo Comercial entre os Estados-Membros da CECA e Portugal. Estes acordos e os protocolos subsequentes incidiam sobre produtos industriais, estabelecendo regimes progressivos de levantamento de restrições pautais e aduaneiras por parte de Portugal, mas concederam também preferências para alguns produtos agrícolas portugueses. Além disso, enquadraram créditos e empréstimos concedidos a Portugal para a reestruturação da sua economia.
22 de julho de 1972
Mário Soares, Rui Machete, Jaime Gama e Ernâni Lopes assinaram o Tratado de Adesão da República portuguesa à Comunidade Económica Europeia (CEE) e à Comunidade Europeia da Energia Atómica (CEEA) em Lisboa, no Mosteiro dos Jerónimos. Portugal tornava-se o 11.º membro das Comunidades. «Para Portugal, a adesão à CEE representa uma opção fundamental para um futuro de progresso e modernidade. Mas não se pense que seja uma opção de facilidade. Exige muito dos portugueses, embora lhes abra simultaneamente, largas perspectivas de desenvolvimento». Mário Soares, excerto do discurso na cerimónia de assinatura
12 de junho de 1985