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"Horas mortas"

leonorroque75

Created on June 1, 2023

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Transcript

IV Horas mortas

“O sentimento dum ocidental”, Cesário Verde

Trabalho realizado por: Beatriz Pintassilgo, Catarina Orvalho, Lara Santos, Leonor Roque e wilma Silva. 11ºCSE , Português

Índice

1. Classificação Formal;

2. "Horas mortas";

3. Contextualização da história;

4. Análise do poema.

  • Recursos expressivos
  • Referência camoniana
  • Sensações predominantes
  • tipos sociais

5. Conclusão

Ah! Como a raça ruiva do porvir,E as frotas dos avós, e os nómadas ardentes, Nós vamos explorar todos os continentes E pelas vastidões aquáticas seguir! Mas se vivemos, os emparedados, Sem árvores, no vale escuro das muralhas!... Julgo avistar, na treva, as folhas das navalhas E os gritos de socorro ouvir, estrangulados. E nestes nebulosos corredores Nauseiam-se, surgindo, os ventres das tabernas; Na volta, com saudade, e aos bordos sobre as pernas, Cantam, de braço dado, uns tristes bebedores. Eu não receio, todavia, os roubos; Afastam-se, a distância, os dúbios caminhantes; E sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes, Amareladamente, os cães parecem lobos. E os guardas, que revistam as escadas, Caminham de lanterna e servem de chaveiros; Por cima, as imorais, nos seus roupões ligeiros, Tossem, fumando sobre a pedra das sacadas. E, enorme, nesta massa irregular De prédios sepulcrais, com dimensões de montes, A dor humana busca os amplos horizontes, E tem marés, de fel, como um sinistro mar!

IVHoras mortas O teto fundo de oxigénio, d'ar, Estende-se ao comprido, ao meio das trapeiras"; Vêm lágrimas de luz dos astros com olheiras, Enleva-me a quimera azul de transmigrar. Por baixo, que portôes! Que arruamentos! Um parafuso cai nas lajes, às escuras: Colocam-se taipais, rangem as fechaduras, E os olhos dum caleche espantam-me, sangrentos. E eu sigo, como as linhas de uma pauta, A dupla correnteza augusta das fachadas; Pois sobem, no silêncio, infaustas e trinadas, As notas pastoris de uma longínqua flauta. Se eu não morresse, nunca! E eternamente Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas! Esqueço-me a prever castíssimas esposas, Que aninhem em mansões de vidro transparente! Ó nossos filhos! Que de sonhos ágeis, Pousando, vos trarão a nitidez às vidas! Eu quero as vossas mães e irmãs estremecidas, Numas habitações translúcidas e frágeis.

classificação formal

  • Poema composto por 11 quadras;
  • Esquema rimático:
    • ABBA (rima interpelada)

1º Verso:O/te/to/fun/do/de o/xi/gé/nio,/ de ar 10 sílabas - decassilábico 2º Verso: Es/ten/de/-se ao /com/pri/do, ao/ mei/o/ das/ tra/pei/ras 12 sílabas - alexandrino

"Horas Mortas"

“Horas mortas" refere-se às horas mortas da madrugada num espaço caracterizado pela ausência de movimento e de atividade. As ruas encontram-se vazias e as pessoas a dormir. O ambiente citadino representado abrange uma certa criminalidade e agressividade.

Contextualização Da história

1º- 3º estrofe

  • Descrição da cidade, das ruas e dos edifícios.
No sujeito poético o desejo de invasão encontra-se presente.

7º - 11º estrofe

  • O sujeito poético retorna à realidade, percebendo que os seus desejos são impossíveis.
Descreve a cidade e as personagens marginais que dominam as ruas - os bêbados, assassinos, ladrões e prostitutas.

4º - 6º estrofe

  • Plano do sonho, o poeta enche-se de esperança ao pensar que no futuro, Portugal poderá recuperar a sua grandeza perdida e idêntica à da Época dos Descobrimentos.

Análise do poema

O teto fundo de oxigénio, d'ar,Estende-se ao comprido, ao meio das trapeiras"; Vêm lágrimas de luz dos astros com olheiras, Enleva-me a quimera azul de transmigrar. Por baixo, que portôes! Que arruamentos! Um parafuso cai nas lajes, às escuras: Colocam-se taipais, rangem as fechaduras, E os olhos dum caleche espantam-me, sangrentos.

  • verso 4 - metáfora (tranfiguração do real);

análise do poema

  • versos 9 e 10 - comparação (alinhamento paralelo dos edifícios de luxo, com o som de uma flauta que sugere o ambiente saudável do campo e a distinção entre campo/cidade).
  • versos 13, 14 e 16 - uso de exclamações, que transmite o desejo de libertação da morte e de viver uma vida baseada num sentimento absoluto- o amor.

E eu sigo, como as linhas de uma pauta,A dupla correnteza augusta das fachadas; Pois sobem, no silêncio, infaustas e trinadas, As notas pastoris de uma longínqua flauta. Se eu não morresse, nunca! E eternamente Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas! Esqueço-me a prever castíssimas esposas, Que aninhem em mansões de vidro transparente!

análise do poema

  • verso 17 - Apóstrofe.
  • verso 20- Dupla adjetivação.
  • versos 21 e 22 - Interjeição;
Comparação (expressa a confiança num futuro de esperança e de expansão).

Ó nossos filhos! Que de sonhos ágeis, Pousando, vos trarão a nitidez às vidas! Eu quero as vossas mães e irmãs estremecidas, Numas habitações translúcidas e frágeis. Ah! Como a raça ruiva do porvir, E as frotas dos avós, e os nómadas ardentes, Nós vamos explorar todos os continentes E pelas vastidões aquáticas seguir!

análise do poema

Mas se vivemos, os emparedados,Sem árvores, no vale escuro das muralhas!... Julgo avistar, na treva, as folhas das navalhas E os gritos de socorro ouvir, estrangulados. E nestes nebulosos corredores Nauseiam-se, surgindo, os ventres das tabernas; Na volta, com saudade, e aos bordos sobre as pernas, Cantam, de braço dado, uns tristes bebedores.

  • verso 27 - Metáfora

análise do poema

Eu não receio, todavia, os roubos;Afastam-se, a distância, os dúbios caminhantes; E sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes, Amareladamente, os cães parecem lobos. E os guardas, que revistam as escadas, Caminham de lanterna e servem de chaveiros; Por cima, as imorais, nos seus roupões ligeiros, Tossem, fumando sobre a pedra das sacadas.

  • verso 35 - enumeração/adjetivação (sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes).

análise do poema

E, enorme, nesta massa irregular De prédios sepulcrais, com dimensões de montes, A dor humana busca os amplos horizontes, E tem marés, de fel, como um sinistro mar!

  • verso 42 - Hipérbole
  • verso 43 - Personificação
  • verso 44 - Comparação
  • Presença de uma Dicotomia espaço/tempo.
  • Espaço: “triste cidade”, sem liberdade, onde vivem os “emparedados”, “sem árvores”, “no vale das muralhas”. A cidade é violenta e decadente.
  • Sentimentos predominantes: O aprisionamento e a estagnação.
  • Evasão do Sonho: Futuro esparançoso relativamente a conquistas, como as da Época dos Descobrimentos.
  • Desenrolar da ação: Deambulação do eu poético pelas ruas da capital, a altas horas da madrugada, onde predominam a violência, a insegurança, o medo e a angústia.

Conclusão: