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Análise ao Projeto Educativo da ES Cinfães

Análise Crítica em função das exigências de transição digital

Aspetos a sinalizar:

1.º Infraestrutura tecnológica. 2.º Questões ambientais e eficiência energética da infraestrutura tecnológica.3.º Capacitação de alunos e famílias. 4.º Conteúdos e recursos digitais.5.º Integração curricular. 6.º Segurança e privacidade como parte integrante de uma educação digital responsável.

1. Infraestrutura tecnológica:

O Projeto Educativo deverá incluir:

  • Um diagnóstico detalhado da infraestrutura tecnológica existente na escola, avaliando o acesso à Internet (tipo de ligação, velocidade), a disponibilidade de equipamentos (computadores, tablets, smartphones) e o software utilizado. Isso ajudará a identificar lacunas e necessidades específicas.
  • O planeamento para atualização e melhoria, isto é, com base no diagnóstico realizado, o Projeto Educativo deve estabelecer metas e estratégias para aprimorar a infraestrutura tecnológica da escola. Poderá incluir planos para melhorar a conectividade à Internet, atualizar ou adquirir equipamentos adequados às necessidades dos alunos e garantir a disponibilidade de software apropriado, incluindo tecnologia assistiva adaptada às necessidades dos alunos com necessidades especiais.
  • O acesso equitativo à tecnologia para todos os alunos, incluindo a implementação de programas de empréstimo de dispositivos para alunos que não possuam equipamentos próprios, a oferta de pontos de acesso Wi-Fi em áreas com maior necessidade e a constituição de parcerias com organizações ou entidades de cariz tecnológico.

1. Infraestrutura tecnológica

O Projeto Educativo deverá incluir:

  • O desenvolvimento de um plano de manutenção de equipamentos informáticos (eficazes e eficientes – questões ambientais, de energia), procurando técnicos capacitados ou serviços de consultadoria, o que envolverá a garantia de que haja recursos e pessoal disponível para a manutenção regular dos dispositivos, atualização de software, resolução de problemas e reparos necessários.
  • A comunicação eficaz sobre os recursos tecnológicos disponíveis, as melhorias planeadas e as oportunidades de formação relacionadas à tecnologia e ao envolvimento ativo da comunidade escolar.

2. Questões ambientais e eficiência energética da infraestrutura tecnológica

No Projeto Educativo deverá constar:

  • Diretrizes para garantir a adoção de tecnologias e equipamentos energicamente eficientes. Isso pode incluir a utilização de dispositivos com certificações de eficiência energética, a implementação de sistemas de gestão de energia e o estabelecimento de práticas de uso responsável de recursos.
  • Medidas de redução do consumo de papel. Promover a transição para práticas digitais e reduzir o consumo de papel. Isso pode ser incentivado através da implementação de sistemas de gestão de documentos eletrónicos, uso de plataformas de aprendizagem online, disponibilização de materiais educativos digitais e estímulo à utilização de anotações eletrónicas em vez de papel.
  • Diretrizes para a reciclagem e descarte adequado de equipamentos eletrónicos obsoletos ou danificados. Incentivar a reciclagem e a doação desses equipamentos para evitar a poluição ambiental. Promover parcerias com organizações especializadas na reciclagem e no recondicionamento de dispositivos eletrónicos.

3. Capacitação de alunos e famílias

O Projeto Educativo apenas menciona a capacitação de docentes. Os docentes devem receber suporte adequado para adquirir as competências necessárias para integrar a tecnologia em sua prática pedagógica. Neste âmbito, o Projeto Educativo refere a promoção do desenvolvimento profissional dos docentes, através de ações decorrentes do Plano de Ação para o Desenvolvimento Digital das Escolas – PADDE.

3. Capacitação de alunos e famílias

O Projeto Educativo deverá:

  • Detalhar as ações específicas do PADDE que serão implementadas na escola, como cursos, recursos, orientações pedagógicas e apoio técnico disponibilizados para os professores.
  • Mencionar a importância de estabelecer parcerias e colaborações com instituições de ensino superior, organizações educacionais ou especialistas em tecnologia educacional para suporte adicional na capacitação dos docentes, fornecendo recursos, orientações e experiências partilhadas que ajudem no desenvolvimento de competências digitais dos docentes.
  • Destacar, igualmente, a importância de promover a literacia digital entre os pais e encarregados de educação, fornecendo orientações sobre o uso seguro e responsável da tecnologia em casa, oferecendo sessões de formação ou disponibilizando materiais informativos.
  • Incluir um plano de avaliação e acompanhamento contínuo da capacitação dos docentes em relação à integração da tecnologia. Isso pode ser feito por meio de observação de aulas, supervisão pedagógica e monitorização das práticas pedagógicas com apoio tecnológico. Esse sistema de avaliação e monitorização permitirá medir o progresso e o impacto da transição digital na aprendizagem dos alunos, o que envolverá também a definição de indicadores de desempenho, recolha e análise de dados e tomada de decisão informada.

4. Conteúdos e recursos digitais

No Projeto Educativo deveria constar, a título de exemplo:

  • O incentivo e apoio aos docentes ou a um determinado grupo de trabalho, estabelecido para a criação de recursos educativos digitais. Poderá incluir material de uma ação de formação concertada para o efeito, na qual se produzam materiais didáticos digitais, vídeos educacionais, atividades interativas e outros recursos que sejam alinhados com os objetivos de aprendizagem e que promovam a participação ativa dos alunos. No desenvolvimento deste tipo de produtos, dever-se-á ter em consideração critérios como: alinhamento com o currículo, qualidade pedagógica, acessibilidade, diversidade e segurança.
  • A colaboração e o estabelecimento de parcerias com editoras, empresas de software educacional e outros fornecedores de conteúdo digital para garantir a disponibilidade de recursos relevantes. Essas parcerias podem facilitar o licenciamento adequado e atualizações regulares de conteúdo.
  • Monitorização, avaliação contínua e atualização dos recursos digitais, levando em consideração o feedback dos professores e alunos, o que permitirá identificar lacunas, eliminar recursos desatualizados ou ineficazes e promover a melhoria contínua dos materiais digitais disponíveis.

5. Integração curricular

O Projeto Educativo deverá garantir que a tecnologia seja integrada de forma eficaz no currículo e nas práticas pedagógicas, permitindo aos alunos a oportunidade de desenvolver competências digitais em diferentes áreas do conhecimento. Isso requer a revisão e adaptação dos currículos existentes para incluir elementos de literacia digital, pensamento crítico e resolução criativa de problemas digitais. Neste seguimento, seria de estabelecer um plano curricular de escola. Seria de identificar os pontos em que a tecnologia pode melhorar a compreensão conceptual, a aplicação prática e a criatividade dos alunos. De forma colaborativa e cooperativa, os docentes poderiam pesquisar e selecionar recursos digitais, como aplicativos, softwares, plataformas educacionais e conteúdos online, que possam ser incorporados ao currículo de forma eficaz e de acordo com a sua população escolar, interesses e necessidades.

5. Integração curricular

Ainda de referir:

  • Identificar as competências digitais essenciais que os alunos devem adquirir, como literacia digital, pensamento crítico, resolução de problemas digitais, colaboração online, comunicação digital, criatividade digital e ética digital. Desenvolver uma progressão de habilidades para cada uma dessas competências ao longo dos anos escolares.
  • Definir como a tecnologia será integrada de forma transversal em todas as disciplinas e áreas curriculares. Identificar oportunidades em cada disciplina para usar a tecnologia como uma ferramenta de apoio ao ensino e aprendizagem, de forma a enriquecer o currículo e melhorar a compreensão e a aplicação dos conceitos. E não só como ferramenta, como princípio pedagógico, como ponto de partida na intencionalidade das aprendizagens.
  • Explorar metodologias de ensino ativas e baseadas em projetos e resolução de problemas que promovam a participação ativa dos alunos no uso da tecnologia.
  • Estimular a criatividade, a autonomia e o pensamento crítico dos alunos por meio do uso da tecnologia.

6. Segurança e privacidade como parte integrante de uma educação digital responsável

O Projeto Educativo (PE) deveria abordar questões de segurança digital e privacidade dos dados dos alunos. As práticas e os sistemas instituídos devem garantir um ambiente digital seguro para os alunos.

6. Segurança e privacidade como parte integrante de uma educação digital responsável

O que deveria constar no PE:

  • ações de sensibilização a alunos e famílias, nos quais haja uma reflexão alargada sobre tópicos como proteção de senhas, segurança em redes sociais, phishing, cyberbullying, comportamento online responsável e proteção de informações pessoais, para que se sintam devidamente informados em torno dos seus direitos e responsabilidades, no modo como a escola recolhe, armazena, usa e protege essas informações pessoais, na forma de obter consentimento de partilha de dados.
  • diretrizes para o uso adequado da tecnologia, políticas de privacidade, procedimentos para lidar com incidentes de segurança, entre outros.
  • workshops ou atividades práticas com alunos que incluam orientações sobre a escolha de senhas seguras, atualização de softwares, verificação de fontes de informação online, proteção contra malware e vírus, utilização de redes Wi-Fi seguras e consciencialização sobre as configurações de privacidade em dispositivos e aplicativos. Estas poderão ser desenvolvidas com recurso aos parceiros estratégicos do espaço local.

Bibliografia

Escola Secundária/3 Prof. Dr. Flávio Ferreira Pinto Resende (2021): Projeto Educativo 2022-2024. Acessível em https://eseccinfaes.pt/escola/documentos-orientadores?task=download.send&id=411&catid=11&m=0Lucas, M.; Moreira, A. (2018): Quadro Europeu de Competência Digital para Educadores. Aveiro: UA Editora – Universidade de Aveiro.Legislação:Resolução do Conselho de Ministros n.º 30/2020 de 21 de abril de 2020. Sumário: Aprova o Plano de Ação para a Transição Digital.