"Os Maias" - As corridas de cavalos

Agrupamento Escola Camilo Castelo Branco - 2022/2023

InêsMargaridaMatilde Rafael

start

Os maias

de eça de queirós

11. Críticas

14. Referências

13. Discurso indireto livre

12. Recursos Expressivos

10. Caricaturas

5. Estrutura externa

7. Realismo na obra

6. Narrador

9. Personagens

8. Hipódromo de Belém

4. Título e subtítulo

3. Breve resumo

2. Contextualização histórico-cultural

1. Vida e obra do autor

índice

Nasceu a 25 de novembro de 1845 na Póvoa do Varzim.

Faleceu dia 16 de agosto de 1900, em Paris, aos 59 anos de idade.

Casou-se em 1886 com Emília de Castro Pamplona Resende e teve quatro filhos.

Envolveu-se numa carreira política ocupando diversos cargos.

Exerceu a profissão de advogado e de jornalista na cidade de Lisboa.

Graduou-se em 1866 em Direito na Universidade de Coimbra.

Colégio Interno da Lapa, Porto.

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Fig.1

Vida e obra do autor

Por fim, a arte da literatura passa a revolucionar mentalidades.

A Regeneração define um período da Monarquia Constitucional portuguesa do século XIX, iniciado em 1851 até 1868.

O Romantismo é substituído pelo Realismo, que critica os grandes defeitos da sociedade.

Contextualização histórico-cultural

O exato período em que Eça tinha uma vida social mais ativa.

Fig.2

Clica no vídeo ao lado para visualizares um resumo breve e divertido da obra!

Breve Resumo da obra

Fig.3

Título e subtítulo

O título do romance, Os Maias, é uma referência direta à tragédia da família que ocupa uma posição central na narrativa. São representadas as várias mentalidades e atitudes da sociedade, levando ao subtítulo-Episódios da vida romântica- já que é feita a crítica dos costumes, que completa o romance e se desenvolve em conjunto com as intrigas principal e secundária.

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Estrutura externa

A estrutura externa da obra divide-se em dezoito capítulos . Quanto à estrutura interna a obra divide-se em três partes:

• Intriga Principal- que se centra na polémica relação amorosa entre Carlos da Maia e Maria Eduarda;

• Intriga Secundária- que retrata a difícil relação de Pedro da Maia e Maria Monforte, e a sua relação com as personagens principais;

• Crónica de costumes- que nos permite ter uma visão crítica, irónica e satírica que revela os defeitos da sociedade da época através de personagens tipo e da descrição de ambientes.

Fig.4

O narrador é não participante. Quanto à ciência, utiliza diferentes tipos de focalização durante a obra:

• focalização interna - o narrador adota o ponto de vista de uma personagem que integra a ação, o que normalmente modaliza e restringe as informações dadas.

• focalização omnisciente - o narrador detém um conhecimento ilimitado dos acontecimentos.

No capítulo X, a focalização adotada pelo narrador é a focalização interna, descrevendo o espaço da ação pela perspetiva de Carlos.

Narrador

Fig.5

O romance é muito utilizado no realismo porque resulta da observação e da análise dos múltiplos problemas sociais e, também, porque não regista uma intriga fantasista visionada pelo narrador, mas factos concretos, verificáveis, que foram objeto de observação e de estudo, como é o caso de Os Maias.

O escritor desenvolve descrições pormenorizadas do que observa no mundo real de modo que o leitor possa idealizar o mesmo cenário caracterizado com uma elevada aproximação com a realidade, porque esta não é um mero produto da imaginação, mas sim um conjunto de experiências e observações às quais se pode ter acesso através de descrições detalhadas.

CaracterísTICAS DO realismo N`OS MAIAS

Fig.7

Fig.6

Hipódromo de Belém

Ao invés de ser um local com um ambiente chique e com a descontração que o desporto proporciona, é um local que mais parece um palco para um arraial, mal arranjado, com exageros nos cenários e no comportamento das pessoas que o frequentam, e que serve de palco para a ostentação da classe burguesa, que no entanto, com os seus comportamentos inadequados, apenas exibiram a sua mentalidade provinciana.

Afonso da Maia

"com a sua face larga de nariz aquilino, a pele corada, quase vermelha, o cabelo branco (...) e a barba de neve (...), aparece, neste capítulo, como patriota, "Todo o patriota devia apostar pelos cavalos do visconde de Darque, que era o único criador português!... O velho sorriu, amaciando o seu gato. - O verdadeiro patriotismo, talvez - disse - seria em lugar de corridas, fazer uma boa tourada."

Mulher do conde de Gouvarinho, era uma mulher atraente e sedutora, “mas em redor todos os homens olhavam para ela como para um quadro”. Envolve-se com Carlos e vive essa relação com intensidade, fazendo várias exigências ao seu amante Carlos.

Homem de origem inglesa com poderio monetário que é amigo de Carlos e Ega. Trabalhava como colecionador, que defende a arte, de antiguidades e tal como Carlos conseguia observar criticamente tudo o que o rodeava e é um homem de hábitos rígidos “sentindo finamente, pensando com retidão”.

"Alto, bem feito, de ombros largos, com uma testa de mármore sob os anéis dos cabelos pretos, e os olhos dos Maias, aqueles irresistíveis olhos do pai, de um negro líquido, ternos como os dele, e mais graves”. Homem culto e bem formado, diletantista e cosmopolita, mostrando-se aborrecido no início do capítulo, mas ao decorrer dele começa a ficar entusiasmado.

Condessa de Gouvarinho

Carlos da Maia

Personagens

Craft

Personagens

“Rapaz baixote, gordo, frisado como um noivo de província, de camélia ao peito, plastrão azul-celeste". Representa, no romance, o novo-riquismo e o provincianismo, ideia vincada pela expressão "chique a valer" que utiliza frequentemente e tem como modelo Carlos da Maia que tenta imitar. Ao longo do seu romance, sobressai a sua vaidade, presunção, mesquinhez e a cobardia. Cultiva a integra e é pouco polido nos gestos e na linguagem, o que contrasta com a imagem civilizada que quer ostentar.

Dâmaso

Maria Eduarda, para Carlos, continua a ser uma mulher misteriosa. Apenas a conhece por Sra. Castro Gomes. Carlos acha-a uma mulher extremamente bela, "loira, alta, esplêndida, vestida pela Laferrière, flor de uma civilização superior". Tem uma presença distinta e ficamos a saber por Dâmaso que tem um bom gosto literário, mostrando-se uma mulher de cultura.

Alencar é poeta romântico que representa um tipo de literatura e de arte ultrapassado numa época dominada pelo Realismo. “É um homem alto com face encaveirada olhos encovados e românticos bigodes”. É uma presença assídua nos eventos sociais lisboetas Alencar representa um "patriota à antiga". No final do romance, é visto por Ega como o único "português genuíno" numa "Lisboa postiça".

Maria Eduarda

Tomás de Alencar

Fig.11

Fig.9

Fig.8

Fig.10

Caricaturas

No final das corridas, existe uma incerteza de quem as terá ganho, já que ninguém tinha conhecimento das regras e de como as corridas funcionavam.

As corridas mostram a mentalidade provinciana do povo português em termos de organização, já que o espaço não era adequado, e pelo seu comportamento, iniciando conflitos e não respeitando as regras de higiene.

O local onde se realizam as corridas é totalmente improvizado, sendo notório o desleixe na pinturas das tribunas.

As corridas em si são também criticadas, já que o desporto tradicional português é as touradas, retratando o desejo de imitar o estrangeiro.

Outra crítica é a maneira inadequada como as mulheres estavam vestidas, utilizando vestidos de cerimónia para um evento desportivo.

Neste capítulo é desenvolvida a intriga secundária, a crítica dos costumes portugueses.

No início das corridas existe um homem que tenta entrar sem pagar, convencendo o vendedor que é conhecido do organizador das corridas, assim é criticado o espírito português e o chico espertismo.

Críticas

Perante a descrição de um sítio desorganizado e mal preparado para um acontecimento socialmente importante, a corrida de cavalos, o comentário de Craft “Tudo isto está arranjado com decência” é claramente irónico.

Antítese:

“ao seu cabelo cor de brasa”. Há a comparação dos cabelos da Condessa de Gouvarinho com a brasa, por terem uma cor ruiva e brilhante como o fogo.

Metáfora:

“todos perdiam, ele ganhava as apostas”. A utilização das palavras com significado contrário (“perdiam, “ganhavam”) realça o facto de Carlos ser o único a ganhar as apostas que fez nos cavalos.

“as senhoras que vêm no High Life dos jornais, as dos camarotes de S. Carlos, as das terças-feiras dos Gouvarinhos.”.

“O bufete estava instalado debaixo da tribuna, sob o tabuado nu, sem sobrado, sem um ornato, sem uma flor.”. A repetição da palavra “sem” enfatiza a falta de planeamento e de requinte que se testemunha no hipódromo de Belém

“éguas luzidias como um cetim castanho”. As éguas são comparadas a cetim pelo brilho, lustre e suavidade do seu pelo.

Enumeração:

Comparação:

Ironia:

rECURSOS EXPRESSIVOS

Anáfora:

Fig.12

Discurso indireto livre

“Não se tinham encontrado havia quase um ano, em Madrid, num jantar, em casa de Pancho Calderón?”"Já vira a Mist, a égua do Clifford, e decidira apostar pela Mist. Que cabeça de animal, meninos, que finura de pernas...!"

É uma operação enunciativa, em que a voz do narrador e a voz do personagem se confundem, sendo uma espécie de interseção entre o discurso direto e o discurso indireto. Tradicionalmente, apresentam-se as seguintes características: é um enunciado livre de subordinação sintática, não possuindo, portanto, as conjunções integrantes típicas do discurso indireto, o que permite aproximá-lo do discurso direto, mas apresenta transposições ao nível dos dêixis pessoal, temporal e espacial que são típicas do discurso indireto.

Agradecimento

Licença

Webgrafia

Referências