O Principe Nabo

O Príncipe Nabo

Ilse Losa

Introdução/contextualização

Partindo de um livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura, " O Príncipe Nabo", de Ilse Losa, as turmas do 5º .A e D assistiram a uma representação da peça de teatro, no teatro Sá da Bandeira, na cidade do Porto. Esta serviu de motivação à leitura da obra, em sala de aula. No final deste "percurso de leitura", os alunos responderam ao Guião da peça.

Resumo da obra "O Príncipe Nabo", de Ilse Losa

No Reino da Abundância cresceu a princesa Beatriz com bastante fartura, rodeada de luxos tremendos, inúmeras criadas e demasiados vestidos. Estas riquezas exageradas tornaram-na numa mulher arrogante, vaidosa e desbocada, sendo incapaz de amar alguém ou de ser bondosa e meiga com outra pessoa. Certo dia, vê-se obrigada pelo pai a casar com um príncipe, depois de rejeitar vários pretendentes com desculpas embaraçosas e insultos mordazes. Esse príncipe, o Nabo, é quem lhe vai mostrar o quão vazia é a sua vida, revelhando-lhe que, em vez de malícia e birras, de menina mimada, deverá cultivar no seu coração a humildade e a candura. E é através do perdão que a princesa descobre a sua verdadeira humanidade.

Vamos agora ver, um excerto do Príncipe Nabo Segundo Ato da peça

Passou-se meio ano desde que o músico António levou, do castelo da Abundância, a princesa Beatriz, para sua casa. Vemos agora a princesa, sentada em frente de uma casinha pobre. Traz o vestido com que saiu da corte do pai, mas já não tem o mesmo aspeto impecável. Por cima, usa avental grosseiro. Está a descascar batatas...

O segundo ato do "Prícipe Nabo" continua...

Beatriz: Ai de mim! As minhas mãos estão estragadas e escuras. Nunca julguei que a vida dos pobres fosse tão dura. Uma pessoa ter que se levantar logo de madrugada e tratar de cozinhar um caldo, fazer as camas, arrumar a casa, lavar a roupa, limpar as coelheiras, correr para o mercado e ir ao mais barato, descascar batatas, acender o lume e até entrançar os cestos para ganhar dinheiro. É assim que passo os meus dias ( Torna a sentar-sea descascar as batatas. Suspira fundo). Fui muito castigada, podem crer!

(Surge o músico António, com a viola a tiracolo)

António:Não sei qual de nós foi mais castigado, princesinha! Cá chego eu e a minha mulher nem sequer começou a descascar as batatas. (Espreita para dentro de casa). Nem uma panela ao lume. (Levanta o cesto meio entrançado). E o cesto ainda a meio. O rei pregou-me uma boa partida, não há dúvida. Fez de mim um príncipe consorte sem castelos nem lacaios, a viver com uma mulher que nunca tinha visto uma viela, nem a casa de um pobre.