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Trabalho de projeto
Beatriz Coimbra
Created on January 29, 2023
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Transcript
Trabalho de projeto
com o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente
Cena III: O Onzeneiro
Trabalho realizado por: Beatriz Coimbra Luis Rosário Nidia Carvalho
Índice:
Sobre Gil Vicente
Análise da cena do Onzeneiro
Contraponto literário
Provérbios
Reflexão da intenção crítica da cena
Artes e ofícios do século XVI
Adaptação da cena à atualidade
Ilustrações
01
Sobre Gil Vicente
Sobre Gil Vicente
Foi um dramaturgo e poeta português que julga-se ter nascido em 1465 em Guimarães.
Quem foi Gil Vicente – o homem e a obra?
Desempenhou os ofícios de ourives, intérprete linguístico, “mestre da balança”, membro da casa dos 24, procurador dos mesteres na Câmara de Lisboa e mestre da retórica das representações.
Escreveu várias peças (Auto da Visitação, O Velho da Horta, Auto da Barca do Inferno, a Farsa de Inês Pereira,etc.) em que muitas delas são comédias, farsas e moralidades.
Desempenhou as tarefas de autor, ator, músico e encenador.
O dramaturgo viveu cerca de 35 anos na corte, e apresenta a sua última peça em 1536, a “Floresta de Enganos”, em que nela havia indícios de que a sua vida e obra não teriam sido tão livres como à primeira vista pareciam.
Nesse mesmo ano a Inquisição é introduzida em Portugal.
O dramaturgo desaparece, julga-se que tenha morrido.
Em que época viveu e escreveu Gil Vicente:
il Vicente viveu numa época em que a sociedade quinhentista portuguesa estava organizada por classes sociais:nobreza, clero, burguesia e povo. Nessa mesma época viveu o tempo da Expansão e das Descobertas, fenómeno de cariz económico, social e politíco que deixou profundas marcas na sociedade quinhentista.Devido às riquezas trazidas dos 4 cantos do mundo a sociedade portuguesa estava dominada nos vícios do lucro fácil e do desperdício, do luxo e da ociosidade. Também tratou-se de uma época de transição de ideias e costumes medievais ( Idade média ) para um tempo moderno ( Renascimento ), em que se assiste a uma valorização do Homem ( Antropocentrismo ), isto é a ideia de que o "humano" deveria ocupar a centralidade das preocupações das pessoas.Por isso nas obras do escritor são abordados diversos temas como a religiosidade, a critica social, o homem e os costumes. Nessa transição deu-se o Humanismo português que produziu uma manifestação literária de vários gêneros, como prosa, poesia e teatro.
Através da observação de Gil Vicente sobre a sociedade e os seus comportamentos ,nas peças vicentinas são satirizados os vários grupos sociais e profissões: - a nobreza é criticada pela sua soberba e por explorar quem a serve; - os membros do clero por terem um comportamento que não se coaduna com as regras e os ideais da igreja; - os frades que eram vaidosos, materialistas e mundanos ( ambicionavam cargos e honrarias); -os juízes e outros funcionários judiciais que não contribuiram para trazer justiça ao povo, quer pela sua ignorância, quer por se terem deixado corromper, agindo em seu interesse e que contribuiu para uma sociedade mais desigual; - são ainda alvos de sátira os escudeiros, ociosos e parasitas,etc. A sátira social em Gil Vicente é exercida com o intuito reformador, o que significa que a crítica que é feita, tem como propósito de corrigir os comportamentos denunciando-os e ridicularizando-os. Aplica-se assim por vezes ao dramaturgo português, o lema “ridendo castigat mores”, querendo isto dizer "a rir corrigem se os costumes".
Leitura da Cena III O Onzeneiro
02
Análise da cena: Onzeneiro
Análise da cena: Onzeneiro
01
03
Percurso Cénico
Onzeneiro
foi uma profissão, semelhante a um agiota, que cobrava 11% de juros a quem lhe pedisse dinheiro por empréstimo, estando neste número a derivação do seu nome ( onzena = juro de 11% ).
Chega ao cais
Barca do Inferno
Barca da Glória
Barca do Inferno
02
Personagem-Tipo
Embarca para o inferno
Personagem-tipo: representa uma classe profissional e a burguesia.
04
05
Argumentos de Defesa
Acusações
-Pelo Diabo:
- O Onzeneiro é acusado de ter praticado o mal ,tal como o Diabo, e de ter levado uma vida de pecado com ajuda de Satanás:
- O Onzeneiro é acusado de ser ganancioso,cobiçoso,avarento e por ter um coração cheio de pecados (exploração sobre os mais pobres) e de amor pelo dinheiro:
- Praticar a usura:
- Queixa-se que a morte apanhou-o de surpresa ( morte inesperada ) e que nem uma moeda lhe deixaram para pagar a sua passagem:
- O bolsão que traz com ele vem vazio ( não traz com ele o seu dinheiro):
- Manifesta o desejo de voltar a vida para ir buscar o seu dinheiro para pagar ao Barqueiro (Anjo);
- Fortuna deixada em vida:
07
08
06
Sentença Final
Caracterização da personagem
Símbolo Cénico
- Condenado ao Inferno.
- Bolsão: simboliza a ganância do Onzeneiro, o apego ao dinheiro, a avareza, a usura e a sua profissão.
- Descontente;
- Preocupado;
- Inconformado;
- Avarento;
- Ingénuo;
- Desiludido;
- Resignado;
09
Tipos de Cómico
Cómico de situação: - Quando o Onzeneiro jura que levava o bolsão sem dinheiro: "Juro a Deus que vai vazio!";
- Quando o Onzeneiro trata o Fidalgo por “ Vossa Senhoria”, e o Diabo logo de seguida lhe oferecer porrada “Dar-vos-ei tanta pancada/cúm remo, que renegueis!”;
Cómico de caráter:- O Onzeneiro pensava que se fosse buscar o seu dinheiro, poderia pagar o seu embarque na barca do Anjo:
"Quero lá tornar ò mundo,/trarei o meu dinheiro.";
10
Intenção da crítica
- Com esta cena Gil Vicente pretende criticar a ganância, a exploração, a cobiça do usurário e a prática da usura,denunciando o enriquecimento fácil e rápido, à custa de juros elevados pelos empréstimos de dinheiro a pessoas necessitadas. E também mostrar que o dinheiro não tem valor quando se morre, mas sim as boas ações que fazemos ao longo da nossa vida.
03
Contraponto literário
Pintura a óleo em tela " the Moneylender and his wife" ( o agiota e a sua esposa) por Quentin Massys,1514
04
Provérbios
Provérbios
“Quem semeia ventos colhe tempestades.”
Quem pratica maldades sofrerá as consequências dos seus atos e atitudes, tal como o onzeneiro que foi castigado após a morte pelos maus atos que teve em vida.
Provérbios
“Quem tudo quer, tudo perde.”
“Os homens sobem por ambição e, por ela, vêm ao chão.”
O Onzeneiro enriqueceu á custa da ambição de ser rico, mas pela mesma ambição foi condenado.
O Onzeneiro estava obcecado pelo dinheiro, mesmo sem precisar, fez com que perdesse o mais importante, a sua salvação.
05
Reflexão
Reflexão da intenção crítica da cena
il Vicente critica a sociedade quinhentista e as várias classes sociais, do século XVI. No caso da personagem-tipo onzeneiro, Gil Vicente pretende mostrar que algumas pessoas, neste caso ambiciosas e pertencentes à burguesia exploravam o povo cobrando juros elevados, assim enriqueciam através dos necessitados praticando a usura. Infelizmente na atualidade, ainda existem pessoas como o onzeneiro, pessoas que não olham a meios para adquirir bens. Mas será que podemos melhorar a sociedade de hoje em dia? Ainda não sabemos ao certo, mas se não praticarmos as mesmas más ações ou apoiarmos as mesmas, estamos a contribuir para uma sociedade melhor.
06
Artes e ofícios do século XVI
Alquilador
Albardeiro
Alveitar
Aquele que faz albardas, ou seja, sela grosseira, cheia de palha, usada no lombo nos animais de carga.
Aquele que alquila, sendo alquilar o mesmo que alugar, especialmente cavalgaduras.
ferrador ou qualquer indivíduo sem diploma que trata os animais.
Almocreve
Algibebe
Mercador itenerante que transportava a mercadoria em bestas de carga e assegurava o comércio entre as localidades; Recoveiro; Carregador.
Vendedor de roupa pronta a vestir ,nova ou usada.
07
Adaptação da cena à atualidade
João Rendeiro
(Personagem da sociedade portuguesa atual)
Caracterização psicológica:
Caracterização física:
- Alto
- Magro
- Olhos Castanhos
- Nariz pontiagudo
- Cor da pele: clara
- Cabeça oval
- Calvo
- Enganador
- Ladrão
- Ambicioso
- Orgulhoso
- Convencido
- Ganancioso
- Inconformado
Foi um banqueiro português,condenado à prisão e que nela se suicidou
Cena: O Banqueiro
Vem, bem lá longe, um banqueiro, um pouco confuso, de uniforme do cárcere, e chega ao batel infernal dizendo: JR: Oh indigente da barca!! Dia: Quem vem lá?! JR: Um viril que sabe o que faz, que viera de muito longe, dum lugar sombrio em volta de desertos vazios, a perguntar onde estai ele? Dia: Oh meu banqueiro meritório, entrai, entrai, que a Ilha lhe espera… Estava a pensar que não viria… JR: Ainda agora sacrifiquei o meu Ser, pela corda que tinha comigo no presídio. Deixai-me descansar um pouco… Dia: Tivestes tempo suficiente para descansar vossa alma, agora chegou a vossa hora. JR: Ousais de me intimar tal coisa, pera que Ilha irá a vossa barca? Dia: Vereis quando chegardes … JR: Antes de mais, que sórdido é aquele além?! Dia: Não precisais de indagar sobre essa criatura!... O banqueiro dirige-se à barca da glória, dizendo: JR: Hou, vossa senhoria! Sou homem de grande poder, que quero entrar em tal batel…
Anjo: Porque não ides pera a outra que está ao lado, vossa invencionice cabia melhor , teria muito mais espaço para todos os vossos equívocos… JR: Não sei porque haveis mal que entre minha alma bem límpida e flamejante?! Anjo: Vós sabeis porquê… Neste batel não se embarca seres petulantes e dolosos. O destino que este batel terá, não é do seu vulto… JR: Ahh e porque não?! Meu capital não é o suficiente para vós?! Anjo: Nesta barca, não serve de nada ter grandes haveres, simplesmente ser clemente, o que vós não demonstrais sê-lo … JR: Até parece, que vós sois eminente em relação à minha pessoa!!... Dirige-se novamente à barca infernal: JR: Tornei novamente, e creio que reputei a minha sentença… Dia: Finalmente !! o que decidistes?! JR: Não tenho outra escolha se não ir ao destino que me espera… Ainda há espaço para minha figura entrar!? Dia: Para vós, meu Senhor, haverá sempre!!... Sente-se, aproveitai a viagem… Há barca meus vassalos, que a Ilha espera-vos a todos vós!!
Video da dramatização da cena do banqueiro
08
Ilustrações
Ilustrações
Onzeneiro
João Rendeiro
Personagem Vicentina
Personagem da atualidade
Esperamos que tenham gostado!