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Os Lusíadas

Margarida Gonçalves

Created on January 26, 2023

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Transcript

Trabalho de Formação

Capacitação Digital Nível II

Os Lusíadas

Luis Vaz de Camões

Formadora: Anabela Reis Formandas: Margarida Gonçalves Filomena Diegues

INdice

6. Narração

7. Quatro Planos

8. Mitificação do Herói

1. Quem foi Camões?

2. Epopeia e Tema

9. Episódios

10. Esquematização

3. Proposição

10.1.Estrutura externa

4.Invocação

10.2.Estrutura interna

5.Dedicatória

1. Quem foi Camões?

Luís de Camões Sabe-se muito pouco da vida de Camões e muito do que se afirma provém – nos melhores casos – de deduções e conjeturas dependentes quer de documentos oficiais que foram descobertos à roda de 1650, uns; nos séculos XIX e XX, outros; quer de testemunhos de contemporâneos seus – o Padre Manuel Correia, Diogo do Couto; quer ainda da análise das suas cartas.

2. Epopeia

Tema

Género literário do modo narrativo que narra, num estilo solene/elevado, as façanhas ilustres de um herói individual ou de um povo. Encontra-se este tipo de narração em verso em muitas civilizações, desde a indiana e a chinesa, até às civilizações ocidentais. É indissociável do género épico a presença do elemento do maravilhoso, que agiganta ou transcendentaliza a ação e os respetivos agentes. No Ocidente, as matrizes do maravilhoso são basicamente duas: o paganismo greco-latino e o cristianismo. Sobre esse pano de fundo mitológico ou religioso, as personagens, as ações, os episódios ganham uma dimensão superior e exemplar.

A epopeia Os Lusíadas tem como tema o passado épico nacional, inspirando-se na tradição nacional e narrando os feitos grandiosos do povo português, desde a fundação da nacionalidade até ao século XVI.

A proposição aponta para os quatro planos do poema:

3. Proposição

Plano da Viagem - celebração de uma viagem: "...da Ocidental praia lusitana / Por mares nunca dantes navegados / Passaram além da Tapobrana...";Plano da História - vai contar-se a história de um povo: "...o peito ilustre lusitano..."."...as memórias gloriosas /Daqueles Reis que foram dilatando / A Fé, o império e asterras viciosas / De África e de Ásia..."; Plano dos Deuses (ou do Maravilhoso) aos quais os Portugueses se equiparam: "... esforçados / Mais do que prometia a força humana..."."A quem Neptuno e Marte obedeceram..."; Plano do Poeta - em que a voz do poeta se ergue, na primeira pessoa: "...Cantando espalharei por toda a parte. / Se a tanto me ajudar o engenho e arte..."."...Que eu canto o peito ilustre lusitano...".

Canto I, est. 1-3,

  • Camões proclama ir cantar as grandes vitórias e os homens ilustres – “as armas e os barões assinalados”;
  • As conquistas e navegações no Oriente (reinados de D. Manuel e de D. João III);
  • . As vitórias em África e na Ásia desde D. João a D. Manuel, que dilataram “a fé e o império”;
  • e, por último, todos aqueles que pelas suas obras valorosas “se vão da lei da morte libertando”, todos aqueles que mereceram e merecem a “imortalidade” na memória dos homens.

E também as memórias gloriosas Daqueles Reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando, E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando Cantando espalharei por toda a parte Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Proposição cont.

Plano da História

As armas e os barões assinaladosQue, da Ocidental praia Lusitana, Por mares nunca dantes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram

Plano do poeta
Plano da viagem

Cessem do sábio grego e do troiano As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandro e de Trajano A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram. Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta."

Herói coletivo
Plano mitológico

4. Invocação

Canto I, est. 4-5, o poeta pede ajuda a entidades mitológicas, chamadas musas. Issoacontece várias vezes ao longo do poema, sempre que o autor precisa de inspiração: Tágides ou ninfas do Tejo (Canto I, est. 4-5); Calíope - musa da eloquência e da poesia épica (Canto II, est. 1-2); Ninfas do Tejo e do Mondego (Canto VII, est. 78-87); Calíope (Canto X, est. 8-9); Calíope (Canto X, est. 145).

5. Dedicatória

D. Sebastião

Canto I, est. 6-18, é o oferecimento do poema a D. Sebastião, que encara toda a esperança do poeta, que quer ver nele um monarca poderoso, capaz de retomar “a dilatação da fé e do império” e de ultrapassar a crise do momento. Termina com uma exortação ao rei para que também se torne digno de ser cantado, prosseguindo as lutas contra os Mouros.

6. Narração

  • A narração do percurso até Melinde (narrador heterodiegético);
  • A narração da História de Portugal até à viagem (por Vasco da Gama);
  • A inclusão da narração da primeira parte da viagem (por Vasco da Gama);
  • A apresentação do último troço da viagem (narrador heterodiegético).

Começa no Canto I, est. 19 • constitui a ação principal que, à maneira clássica, se inicia “in media res”, isto é, quando a viagem já vai a meio, “Já no largo oceano navegavam”, encontrando-se já os portugueses em pleno Oceano Índico. • Este começo da ação central, a viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia, quando os portugueses se encontram já a meio do percurso do canal de Moçambique, e vai permitir:

Viagem de Vasco da Gama

7. Quatro planos:

Plano da viagem - A viagem de Vasco da Gama de Lisboa até à Índia. Saída de Belém, paragem em Melinde e chegada a Calecut e por fim, regresso a Lisboa Plano Mitológico- em alternância, ocupa uma posição importante. Plano da História de Portugal – Quando Vasco da Gama ou outro narrador conta, por exemplo ao rei de Melinde, a História de Portugal. Está encaixada na viagem. Plano do Poeta – ou as considerações pessoais aparecem normalmente nos finais de canto e constituem, de um modo geral, a visão crítica do poeta sobre o seu tempo.

Plano Mitológico

Concílio dos deuses

Adjuvantes

Vénus - "afeiçoada à gente lusitana"; sabia que os portugueses a tornariam célebre onde quer que chegassem.

Oponentes

Baco - sendo celebrado em toda a Índia, temia que o seu nome fosse esquecido depois da chegada dos potugueses

Marte - admira os feitos dos portugueses; denuncia a inveja de baco; apela a Júpiter para manter a decisão inicial.

Plano da História de Portugal

Seria o seu sucessor, D. Manuel I que iria designar Vasco da Gama para esta expedição, embora mantendo o plano original

Narrador: Vasco da Gama Despedidas de Belém e Velho do Restelo estâncias 84 – 93 e 94 - 104

O projecto para o caminho marítimo para a Índia foi delineado por D. João II como medida de redução dos custos nas trocas comerciais com a Ásia e tentativa de monopolizar o comércio das especiarias. A juntar à cada vez mais sólida presença marítima portuguesa, D. João almejava o domínio das rotas comerciais e expansão do reino de Portugal que já se transformava em Império. Porém, o empreendimento não seria realizado durante o seu reinado.

Considerações do Poeta

-Discurso de caráter filosófico da reflexão sobre as falsidades da vida - Fragilidade do Homem - Extrema insegurança em que se encontra o Homem - Onde o homem deposita grande esperança é onde sucede o grande perigo; - Passa de um acontecimento particular para a dimensão universal – epopeia - O homem luta contra forças muito fortes: no mar há o perigo, tormenta e a morte na terra há guerra, engano e traição

- Ser humano é “um bicho da terra tão pequeno”- Levanta questões: - Poderá o homem ultrapassar a sua pequenez? - Na proposição já respondera: os homens vencem o poder da morte - O homem infinitamente pequeno vai tornar-se infinitamente grande, apesar da sua fragilidade.

8. Mitificação do herói

• A viagem é mais do que um percurso é a passagem do desconhecido, do velho continente, do medo de mitos indefinidos ao conhecimento e à realidade de um mundo a descobrir;

• Exaltação dos heróis; • Verdadeiros símbolos da capacidade de ultrapassar “a força humana” e de merecerem um lugar na memória; • Vasco da gama é mais do que um herói individual ou a representação do herói coletivo, representa o espírito de aventura;

9. Episódios

"O velho do Restelo"

"Ilha dos amores"

"Adamastor"
"Inês de Castro"
"Batalha de Aljubarrota"
"Tempestade"

Ilha dos amores

plano da viagem e plano mitológico – canto IX episódio simbólico

A Ilha dos Amores simboliza a glorificação pelos feitos heroicos, a imortalidade do nome, para sempre gravado na História. • Ainda antes dos nautas encontrarem a ilha, Cupido organiza uma expedição contra todos os que não amam, abrindo espaço para a crítica de Camões aos mais favorecidos, clero, nobreza, rei. • Os marinheiros adivinham e avistam por entre os ramos das árvores as cores dos tecidos das vestes das ninfas, as quais, deliberadamente, se vão deixando alcançar. Outras são surpreendidas no banho e correm nuas por entre o mato, enquanto alguns jovens entram vestidos na água. Elas não fogem e deixam-se cair aos pés de seus perseguidores.

Simbologia da ilha e dimensão moral:

• Exalta as realizações dos navegadores lusitanos. O prémio do herói e do povo que ele representa é o alcance do paraíso, seja terrestre, seja transcendente.• A ilha é a recompensa dada aos homens de Vasco da Gama pelo seu valor,numa perspetiva mais global a compensação ao homem pelo se desempenho; •Embora tenha associado o amor à sensualidade, Camões encara o episódio de forma metafórica; • Aqui se consumam as profecias e receios de Baco: os portugueses tornam-se deuses e os deuses revelam-se como humanos;

• Recompensa o amor desinteressado e altruísta, o amor à pátria e ao dever; o amor que está na base, na capacidade que o Homem tem de suportar as adversidades e as dificuldades e de se sacrificar pelos outros;

•Tendo tido acesso à divindade acedem a atributos divinos:senhores do Tempo ( profecias); senhores do espaço (contemplação do globo terrestre)

• Aqui os deuses revelam-se aos homens e assumem a sua dimensão apenas estética, promovendo desta forma a glorificação do Deus cristão.

Inês de Castro

• pode-se mesmo considerar que as principais características da tragédia clássica estão patentes: • Há o desenvolvimento de uma acção, que termina com a morte da protagonista; • Observa-se a lei das três unidades (acção, tempo e espaço); • Há uma motivação para sentimentos de terror e piedade; • A catástrofe é simbolizada pela morte da protagonista.

• é narrado por Vasco da Gama, cujo narratário/destinatário é o Rei de Melinde. • surge na continuidade da apresentação do reinado de D. Afonso IV.Episódio é considerado um momento lírico, pois: •Exploram-se os sentimentos pessoais do narrador; • Dá-se expressão à emotividade e à exploração de sentimentos como o Amor, a crueldade, o sofrimento…

Batalha de Aljubarrota

Episódio bélico apresentado em tom hiperbólico. - referências ao número e valor dos inimigos - pormenores dos preparativos - valentia demonstrada

O episódio da Batalha de Aljubarrota integra o plano da história de Portugal e surge encaixado no plano narrativo fulcral da obra, a viagem de Vasco da Gama à Índia.Vasco da Gama assume o papel de narrador a pedido do rei de Melinde.

O velho do restelo

94 Mas um velho d'aspeito venerando, Que ficava nas praias, entre a gente,Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando, Que nós no mar ouvimos claramente, C'um saber só de experiências feito, Tais palavras tirou do experto peito: 95 - Ó glória de mandar!Ó vã cobiça Desta vaidade, a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça C'uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles experimentas!

Na preparação da partida das naus de Vasco da Gama para a Índia, sobressai no meio da confusão o chamado Velho do Restelo, voz crítica em relação à política dos descobrimentos.Denuncia a atitude de cobiça e vaidade associada às Descobertas, apresentada com uma imagem de Honra e Fama.

No plano lírico é um dos pontos altos do poema, retomando dois temas constantes da lírica camoniana: - o do amor impossível e o do amante rejeitado. Adamastor, um dos gigantes filhos da Terra, apaixonou-se pela nereida Tétis. Não correspondido, tenta tomá-la à força, provocando a cólera de Júpiter, que o transforma no Cabo das Tormentas, personificado numa figura monstruosa, lançada nos confins do Atlântico.Este episódio é importante, pois nele se concentram as grandes linhas da epopeia: 1. O real maravilhoso (dificuldade na passagem do cabo). 2. A existência de profecias (história de Portugal). 3. Lirismo (história de amor); 4. É também um episódio trágico, de amor e morte; 5. É um episódio épico, em que se consolida a vitória do homem sobre os elementos (água, fogo, terra, ar);

Adamastor

viagem – episódio lendário

Inspirado em Homero e Ovídio, o episódio do Gigante Adamastor é o mais rico e complexo do poema. de natureza simbólica, mitológica e lírica.No plano histórico, simboliza a superação pelos portugueses do medo do “Mar Tenebroso”, das superstições medievais que povoavam o Atlântico e o Índico de monstros e abismos. Adamastor é uma visão, um espectro, uma alucinação que existe só nas crendices dos portugueses. É contra seus próprios medos que os navegadores triunfam.

Tempestade , chegada a Calecut

• Camões deve ter aproveitado a sua própria experiência de viajante e de náufrago para descrever de forma tão realista a natureza em fúria (relâmpagos, raios, trovões, ventos, ondas alterosas) e, sobretudo, a aflição, os gritos, o temor e o “desacordo” dos marinheiros, incapazes de controlar a situação, devido à violência dos ventos. “

• A tempestade é um episódio naturalista em que se entrelaçam os planos da viagem e o dos deuses, a realidade e a fantasia. • É o último dos grandes perigos que Vasco da Gama teve de ultrapassar antes de cumprir a sua missão, a chegada à Índia.

10. Esquematização

10.1. Estrutura Externa

10.2. Estrutura interna