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PESSSOA ORTÓNIMO-12A-G1

Carolina Caldas (2022/EBSAS/12A)

Created on October 22, 2022

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Transcript

Autores, data, instituição...?

Fernando Pessoa

Pessoa Ortónimo

Aprendizagens essenciais

• Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos; • Comparar textos de diferentes épocas em função dos temas, ideias, valores e marcos históricos e culturais. Escrita • Escrever textos de opinião, apreciações críticas, exposições sobre um tema, textos narrativos; • Planificar os textos a escrever, após pesquisa e seleção de informação relevante; • Redigir com desenvoltura, consistência, adequação e correção os textos planificados. Oralidade • Selecionar e registar informação relevante para um determinado objetivo; • Avaliar discursos tendo em conta a adequação à situação de comunicação; • Produzir discursos preparados para apresentação a público restrito (à turma ou a colegas de outras turmas) com diferentes finalidades.

Leitura • Interpretar o texto, com especificação do sentido global e da intencionalidade comunicativa; • Clarificar tema(s), subtemas, ideias principais, pontos de vista; • Utilizar criteriosamente procedimentos adequados ao registo e tratamento da informação; • Exprimir, com fundamentação, pontos de vista suscitados por leituras diversas. Educação Literária • Interpretar obras literárias portuguesas de diferentes autores e géneros, produzidas no século XX; • Contextualizar textos literários portugueses do século XX em função de grandes marcos históricos e culturais; • Mobilizar para a interpretação textual os conhecimentos adquiridos sobre os elementos constitutivos do texto poético e do texto narrativo;

Áreas de competências - Perfil do aluno

  • Conhecedor / sabedor/ culto / informado (A,B, G, I, J)
  • Indagador/ Investigador (C, D, F, H, I)
  • Sistematizador / organizador (A, B, C, I, J)
  • Criativo (A, C, D, J)
  • Comunicador (A, B, D, E, H)
  • Responsável / autónomo (C, D, E, F, G, I, J)

Elementos do grupo

Eduardo Timóteo Nº5

Carolina Caldas Nº4

André Gonçalves Nº2

PesquisaEscrita da apreciação crítica sobre "A Fragmentação do Eu"

PesquisaAnálise do poema "Tudo o que faço ou medito"

Pesquisa Análise do poema "Não sei quantas almas tenho"

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Português, em novembro de 2022, na Escola Secundária de Águas Santas. Professora- Helena Borges

Contexto Sociocultural

Durante este período histórico, as mudanças tecnológicas criaram uma nova realidade social, a primeira Guerra Mundial colocou o homem perante a possibilidade da sua destruição e na Rússia surgiu o comunismo. Tudo isto virou tema de reflexão para os artistas que procuram novas formas de se expressar.

O Modernismo é um conjunto de movimentos culturais que surgiu no início do século XX, um período atravessado por conflitos, revoluções e transformações sociais profundas, entre a primeira e a segunda Guerras Mundiais.

Com espíritos repletos de desejo pela novidade, os artistas e escritores modernistas não hesitavam em descartar os modelos e as regras tradicionais, procuravam a inovação e a criatividade.

Características do Modernismo

Em Portugal, a literatura modernista arrancou a todo o vapor em 1915, com a criação da Revista Orpheu. Entre os colaboradores da publicação estavam grandes nomes da literatura portuguesa, como Fernando Pessoa.

O Modernismo incluiu várias correntes artísticas que passaram a chamar-se de Vanguardas Europeias, entre elas o

Cubismo

O Cubismo é o primeiro movimento de vanguarda na Europa e surgiu em 1907, com a tela As senhoritas de Avignon, de Pablo Picasso. Pode ser definido como “uma realidade construída em cubos”.

Características do Cubismo

Já na literatura, a poesia cubista é caracterizada pela fragmentação do Eu, pelo "nonsense", pela instantaneidade, simultaneidade, desintegração do real e pelo antissentimentalismo, o que é fortemente observado nas obras de Fernando Pessoa.

Na literatura, foi privilegiada a liberdade formal e estética. Esses valores manifestavam-se, por exemplo, através do verso livre e do uso da pontuação, a valorização dos temas do cotidiano, o fluxo de consciência e os monólogos interiores.

Mas afinal....

Quem foi Fernando Pessoa?

Descubra

Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em no dia 13 de junho de 1888.

Lisboa

Foi um dos mais importantes poetas da língua portuguesa e representante central do Modernismo português.

As suas obras refletem acerca do seu “eu profundo”, as suas inquietações, a sua solidão, o seu tédio, etc...

Apesar de ser amplamente conhecido pelos seus heterónimos, Pessoa possui uma vasta obra como ortónimo (autor efetivo, assinando como Fernando Pessoa)

Em Fernando Pessoa ortónimo coexistem duas vertentes: a tradicional e a modernista. Há poemas mais tradicionais com influência da lírica de Garrett ou do sebastianismo, mas a maior parte abre caminho a experimentações modernistas.

Em Pessoa ortónimo são abordadas temáticas tais como a dor de pensar, a fragmentação do eu, a nostalgia de infância, o sonho e a realidade, o fingimento poético, entre outras.

Cronologia - FERNANDO PESSOA

1888 - 1895

1896 - 1902

1903 - 1905

1906 - 1912

1913 - 1916

1917 - 1920

1921 - 1929

1930 - 1935

O que provavelmente não sabem é que...

Fernando Pessoa gostava muito de astrologia, tanto que falhou o encontro com Cecília Meireles, jornalista brasileira com quem tinha planeado encontrar-se. Deixou-a à espera quase duas horas e nunca chegou a aparecer, com a justificação de que os astros diziam que os dois não se podiam encontrar nesse dia.

Obra

Fernando Pessoa é dono de uma vasta obra, ainda que apenas tenha publicado 4 obras em vida.

Destacou-se na poesia (que escreveu em português, francês e inglês), porém também fez notícias, charadas, anedotas, ensaio, teatro, correspondência vária, novelas policiárias, contos, entre outros.

Obras publicadas em vida

A FRAGMENTAÇÃO DO EU

A fragmentação do “Eu” é uma temática muito frequente nas obras de Fernando Pessoa, que reflete a sua constante procura de resposta para o enigma do ser, aliada à desconstrução da identidade única.

Pessoa vê-se confrontado com a sua pluralidade, ou seja, com os seus diferentes “Eus”, sem saber quem é, nem se realmente existe.

Isto leva-nos à forma como os heterónimos foram criados, que nos demonstra a angústia do desdobramento incessante do ser e a procura pelas respostas às quais uma identidade única não é capaz de responder. “Para poder nunca esgotar os meus desejos de identidade” de Álvaro de Campos

HETERÓNIMOS

Heterónimos são personagens criados por um autor, com personalidades e identidades próprias, biografias e estilos particulares. Estudos indicam que Fernando Pessoa criou cerca de 70 heterónimos diferentes.

Numa carta que Fernando Pessoa escreve a Adolfo Casais Monteiro, o poeta explica o porquê da existência dos seus heterónimos. Justifica-os com um “fundo traço de histeria” , referindo “uma tendência para criar em meu torno um mundo fictício.” Fernando Pessoa recorda ainda o seu primeiro “amiguinho” imaginário. Tinha cerca de 6 anos quando imaginou Chevalier de Pas, por quem escrevia cartas dele para si próprio.

Os 3 heterónimos mais conhecidos de Fernando Pessoa são:

Ricardo Reis

Alberto Caeiro

Álvaro de Campos

"Busco-me e não me encontro."

"Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única central realidade que não está em nenhum e está em todos."

Análise de poemas

"Não sei quantas almas tenho"

"Tudo que faço ou medito"

Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem achei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é,

"Não sei quantas almas tenho"

Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que segue não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li O que julguei que senti. Releio e digo: "Fui eu ?" Deus sabe, porque o escreveu.
Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem achei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é,
Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem achei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou.
Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que segue não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li O que julguei que senti. Releio e digo: "Fui eu ?" Deus sabe, porque o escreveu.
Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que segue não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li O que julguei que senti. Releio e digo: "Fui eu ?" Deus sabe, porque o escreveu.
Tudo que faço ou medito Fica sempre na metade. Querendo, quero o infinito. Fazendo, nada é verdade.

"Tudo que faço ou medito"

Que nojo de mim me fica Ao olhar para o que faço! Minha alma é lúcida e rica, E eu sou um mar de sargaço
Um mar onde bóiam lentos Fragmentos de um mar de além... Vontades ou pensamentos? Não o sei e sei-o bem.
Tudo que faço ou medito Fica sempre na metade. Querendo, quero o infinito. Fazendo, nada é verdade.
Que nojo de mim me fica Ao olhar para o que faço! Minha alma é lúcida e rica, E eu sou um mar de sargaço
Um mar onde bóiam lentos Fragmentos de um mar de além... Vontades ou pensamentos? Não o sei e sei-o bem.
Tudo que faço ou medito Fica sempre na metade. Querendo, quero o infinito. Fazendo, nada é verdade.
Que nojo de mim me fica Ao olhar para o que faço! Minha alma é lúcida e rica, E eu sou um mar de sargaço
Um mar onde bóiam lentos Fragmentos de um mar de além... Vontades ou pensamentos? Não o sei e sei-o bem.
Tudo que faço ou medito Fica sempre na metade. Querendo, quero o infinito. Fazendo, nada é verdade.
Que nojo de mim me fica Ao olhar para o que faço! Minha alma é lúcida e rica, E eu sou um mar de sargaço-
Um mar onde bóiam lentos Fragmentos de um mar de além... Vontades ou pensamentos? Não o sei e sei-o bem.

Intertextualidade

"Os meus demónios" de Edgar Morin

"Quem sou eu? A minha singularidade dissolve-se quando a examino e, por fim, fico convencido de que a minha singularidade vem de uma ausência de singularidade. Tenho mesmo em mim algo de mimético que me impele a ser como os outros."

"Esses eus de que somos feitos, sobrepostos como pratos empilhados nas mãos de um empregado de mesa, têm outros vínculos, outras simpatias, pequenas constituições e direitos próprios - chamem-lhes o que quiserem (e muitas destas coisas nem sequer têm nome) - de modo que um deles só comparece se chover, outro só numa sala de cortinados verdes, outro se Mrs. Jones não estiver presente, outro ainda se se lhe prometer um copo de vinho - e assim por diante; pois cada indivíduo poderá multiplicar, a partir da sua experiência pessoal, os diversos compromissos que os seus diversos eus estabelecerem consigo - e alguns são demasiado absurdos e ridículos para figurarem numa obra impressa."

"Orlando" de Virginia Woolf

A Lisboa de Fernando Pessoa

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Na literatura, fluxo de consciência é uma técnica literária usada pela primeira vez por Édouard Dujardin em 1888. O fluxo de consciência tem como objetivo tentar reproduzir literariamente a maneira como o pensamento humano funciona. Como os nossos pensamentos são normalmente rápidos e caóticos, uma ideia que leva a outra de forma não necessariamente lógica, é comum que o autor que escolha esta técnica utilize recursos como a quebra da sintaxe, ausência ou subversão das regras de pontuação, etc...

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Quanto à estrutura externa, este poema é constituído por 24 versos distribuídos por 3 oitavas (estrofes com 8 versos). A nível rimático podemos verificar que todas as oitavas são do tipo (ABABCCDF), ou seja, apresentam rima cruzada, rima emparelhada e dois versos soltos. Todos os versos contêm 6 sílabas métricas. Este poema tem como tema a fragmentação do “eu”. Frequente nas obras de Fernando Pessoa, este poema aborda o facto de que este não se sente uma personalidade única, sente-se instável, “perde-se” na sua própria mente e nas diferentes variações do seu “ser”. O 1º verso corresponde à frase “Não sei quantas almas tenho.”, . Esta frase apresenta o motivo do mal-estar do sujeito poético. Este, refletindo, verifica que não sabe quem realmente é, que se sente fragmentado em várias «almas», vários “eus”. O sujeito poético sente-se um ser plural, dividido em várias personalidades, mas cujo número nem ele é capaz de dizer. Para além disso, há uma sensação de permanente mudança, de instabilidade: («A cada momento mudei»). Muitas vezes, nem ele próprio se reconhece («Continuamente me estranho»). O advérbio de modo “continuamente”, ajuda a realçar a constante e contínua fragmentação sentida pelo sujeito poético, aliada a um desconhecimento do seu próprio eu. Assim, não é de estranhar que diga «Nunca me vi nem achei».

Com a expressão "De tanto ser, só tenho alma", Pessoa revela que sente não ter vida. Racionalizou tudo a sua vida inteira, desprezando as emoções puras e os seus desejos e, como tal, tudo o que sente é na alma, nada sente no corpo. Esta dicotomia corpo/alma é essencial na obra de Fernando Pessoa, refletindo a extrema racionalização e o evitar de todos os impulsos e desejos. No entanto, isto traz desvantagens, e o sujeito poético está consciente desse facto. Com a expressão "Quem tem alma não tem calma", é-nos mostrado que o sujeito poético sabe que quem pensa não tem paz, quem racionaliza tudo não consegue viver, levando-nos a concluir que, para o sujeito poético, pensar e viver são dois conceitos incompatíveis. "Quem vê é só o que vê, / Quem sente não é quem é," realça precisamente a ideia anterior. "Quem vê" é aquele que apenas vive. "Quem sente” é quem pensa a vida, sendo por isso incapaz de a viver. Debruçando-se sobre si próprio (“Atento ao que sou e vejo,”), o sujeito poético verifica que deixa de ser um «eu» e passa a ser «eles» («Torno-me eles e não eu»). Todos os desejos ou sonhos não são dele, mas sim do “eu” que “nasceu”, que existe nesse certo momento.

Sendo assim, apenas lhe resta anotar, como um terceiro, aquilo que «julgou que sentiu», sem nunca ter certezas de que realmente foi ele, ou até qual dos diferentes “eus” pode ter sido (“Fui eu?”). Sem conseguir responder de outra forma à pergunta feita, recorre a Deus, que se refere ao Destino, ao qual o sujeito poético é alheio («Deus sabe, porque o escreveu.») Com este poema podemos concluir que o sujeito poético, Fernando Pessoa, vivia numa profunda solidão e instabilidade. Está patente neste poema que o “eu” de Pessoa foi obliterado, multiplicado, fragmentado, até que apenas restasse confusão e uma abissal incapacidade de viver em harmonia.

Quanto à estrutura externa, este poema é constituído por 12 versos distribuídos por 3 quadras. A nível rimático podemos verificar que todas as quadras são do tipo (ABAB), ou seja, apresentam rima cruzada. Todos os versos contêm 7 sílabas métricas (redondilha maior).Este poema tem como tema também a fragmentação do “eu”. Frequente nas obras de Fernando Pessoa, este poema aborda o facto de que este não se sente uma personalidade única, sente-se instável, “perde-se” na sua própria mente e nas diferentes variações do seu “ser”. Na 1ª estrofe, Fernando Pessoa apresenta a oposição entre o querer e o fazer. O sujeito poético fala sobre os seus sonhos e desejos. Pessoa tinha sempre mil projectos a ocorrerem simultaneamente. Mas diz-nos “Tudo o que faço ou medito/Fica sempre na metade", ou seja, dos seus projetos nada se realiza por inteiro, aqui verifica-se esta oposição entre o querer e o fazer, devido à realidade nunca se encontrar com o que o poeta idealiza “Querendo, quero o infinito/Fazendo, nada é verdade.”

Na 2ª estrofe, enquanto observador de si próprio, o sujeito poético sente-se desesperado e frustrado, pois nunca consegue realizar na totalidade os seus projetos, o que lhe causa um sentimento de incapacidade e inutilidade. O sujeito poético revela todo esse sentimento no verso “Que nojo de mim me fica/Ao olhar para o que faço!”. Ele sente que tem uma vasta imaginação, uma quantidade infinita de ideias e pensamentos, mas ele próprio e a sua vida são um mar de sargaço, portanto, um mar de algas espessas, que prendem o movimento, que não o deixam alcançar seus objetivos, (“Minha alma é lúcida e rica/E eu sou um mar sargaço”). Na última estrofe, o sujeito poético sente-se fragmentado, disperso, preso nos seus movimentos, impedido de agir de modo independente ("Um mar onde bóiam lentos/Fragmentos de um mar de além..."). Em seguida com os versos "Vontades ou pensamentos?/Não o sei e sei-o bem." assume que se desconhece, o que vem reforçar a indefinição do “eu”.

Passando a assumir uma posição de espectador em relação a si próprio, o sujeito poético observa-se como uma “paisagem” e assiste à sua “passagem”.Através da adjetivação “Diverso, móbil e só,”, o sujeito poético realça o seu estado de espírito e a sensação de instabilidade na sua mente. Sente-se fragmentado em vários “eus” («diverso») e em permanente mudança («móbil»), mas, ainda assim, sente-se «só». Multiplica-se, varia, mas está sozinho, confuso, sem saber quem realmente é. Isto implica que ele deixe de sentir (“Não sei sentir-me onde estou"). Sente-se perdido na vida e também na sua própria mente. A última estrofe serve de conclusão ao poema, o que é realçado pelo conector «Por isso». O sujeito poético sente-se «alheio», deslocado de si próprio, imagina-se como um livro com várias páginas escritas pelos diversos «eus», e, por isso, não consegue prever o que fará nem recordar o que já fez, porque toda a sua existência foi fragmentada e vive numa contínua inconstância em relação a quem é e como age.