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Maias

Margarida Plácido Simões

Created on April 28, 2022

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Transcript

Os Maias

de Eça de Queiróz

O Baile de Máscaras e a Toca

Margarida Simões, nº12 Pedro Soares nº17 Sofia Coelho, nº21

1. Contextualização da obra

2. Baile de máscaras dos Cohen

2.1 Caracterização das personagens

indíce

2.2 Análise do excerto

3. A Toca

3.1 Personagens envolvente

3.2 Análise do excerto

4. Linguagem e estilo queirosiano

Contextualização da obra

Introdução à obra

Título: Os Maias

Subtítulo: Episódios da Vida Romântica

Crónica de costumes

Retratar e criticar a sociedade da época

Retratar a 'Geração 70': começam com grandes ambições e acabam na desgraça

Geração 70

Na década de 50, assistiu-se a um grande desenvolvimento económico do país - Regeneração

No entanto, os padrões estéticos-literários da época dominados pelo ultrarromantismo permaneceram iguais

Nasce assim a chamada Geração 70 - grupo de jovens intelectuais da Universidade de Coimbra que realizaram atividades científicas, literárias e artísticas, opondo-se à ordem conservadora e retrógada da sociedade da altura

Geração 70

Eça de Queirós

Teófilo Braga

Ramalho Ortigão

Guerra Junqueiro

Antero de Quental

Questão Coimbrã

1865

Disputa literária entre o Ultrarromantismo (Castilho) e o Realismo (Teófilo Braga e Antero de Quental)

"Poema da Mocidade" VS. "Bom senso e Bom Gosto"

Pinheiro Chagas

Nova conceção de arte e literatura abriu caminho à introdução do realismo em Portugal

Realismo

ultrarromantismo

- Preocupação de observar em pormenor a realidade- Crítica à sociedade portuguesa - Tratamento de temas chocantes como a prostituição, o adultério e o incesto - Abordagem culta e direta - Figura feminina com defeitos e qualidades

- Supervalorização dos sentimentos- Presença de pessimismo e melancolia - Traços de fantasia - Figura feminina baseada na mulher perfeita - Exaltação da nação e da cultura popular - Importância da igreja

Crítica à sociedade

Personagens tipo - representam classes sociais e mentalidades para transmitir os vícios e customes da sociedade portuguesa da altura

-> representação da vida burguesa: corrupção, ambição e cobiça

-> representação da vida urbana: desentendimentos sociais

-> representação do sofrimento social: provocado pelas injustiças económicas, políticas e sociais

Baile de máscaras dos cohen

caracterização das personagens

Carlos da Maia

  • Belo
  • Magnifíco
  • Alto
  • Olhos negros
  • Pele branca
  • Cabelos pretos e ondulados
  • Bigode arqueado

"belo cavaleiro da Renascença"

Caracterização física

Cap. IV Pág 200

  • Culto
  • Bem educado
  • Generoso
  • Sensual
  • Luxuoso
  • Diletantista

Caracterização psicológica

caracterização das personagens

João da Ega

autêntico retrato de Eça

  • Usava um "vidro entalado no olho"
  • Nariz adunco
  • Pescoço esganiçado
  • Pernas de cegonha

Caracterização física

  • Romântico
  • Sentimental
  • Progressista
  • Crítico
  • Sarcástico
  • Exagerado
  • Diletantista

Caracterização psicológica

caracterização das personagens

Jacob Cohen

Raquel Cohen

  • Judeu
  • Banqueiro
  • Calculista
  • Cínico
  • Bela
  • Imoral
  • Adúltera

caracterização das personagens

Craft

representação da formação britânica

  • Culto
  • Forte
  • Hábitos rígidos
  • Inglês rico
  • Boémio
  • Colecionador de "bric-a-brac"

objetivo principal do episódio na obra

Denuncia da relação amorosa de Ega e Raquel Cohen

Análise do excerto

Capítulo IX

Inicia-se no Capítulo VII --> revela-se os customes escolhidos para o baile

"Tratava-se de uma grande soirée mascarada que iam dar osCohens, no dia dos anos de Raquel. A ideia desta festa sugerira-a o Ega, ao princípio com grandes proporções de gala artística, a ressurreição histórica de um sarau no tempo de D. Manuel. Depois viu-se que uma tal festa era irrealizável em Lisboa" (pág. 202)

Carlos

Dâmaso

Ega

Craft

Dominó

Não revela o seu fato

Selvagem

Não vai

Análise do excerto

Capítulo IX

"O dia famoso da soirée dos Cohens, ao fim dessa semanatão luminosa e tão doce, amanheceu enevoado e triste."(pág. 257)

previsão de desgraça

Aparece Ega

"com o ar estonteado, barba por fazer, a gola do paletó levantada"(pág. 260)

Pede por uma espada

"uma espada longa e fina, com os copos em concha, de aço rendilhado, forrados de veludo escarlete. E sem cruz, sobretudo sem cruz!

Critica Matos

Análise do excerto

Aparece Ega - é revelado o seu fato

Estado de espírito: furioso

"vestido de Mefistófeles" (pág. 274)

Ega conta como foi expulso do Baile

Carlos repreende-o

Mudança na caracterização de Cohen

Ega pretende desafiar Cohen

"Quero matá-lo! Quero matá-lo! Quero matá-lo"

Análise do excerto

Ega decide ir aos Olivais falar com Craft

deixar matar

Conselho de Craft

deixar ferir

"Tinha mais direito a viver que o Cohen, que era um burguês, e um agiota... E ele era um homem de estudo e de arte!" (pág. 280)

"— Raquelzinha!... Racaquê, minha Raquelzinha! Gostas do teu bibichinho?..."

Análise do excerto

Aparece Srª. Adélia

o que acontece a Raquel

como Cohen descobriu

Raquel mentia a Ega

"— Sinto-me como se a alma me tivesse caído a uma latrina!Preciso um banho por dentro! " (Pág. 295)

Análise do excerto

o que acontece a Raquel

como Cohen descobriu

Raquel mentia a Ega

"— Sinto-me como se a alma me tivesse caído a uma latrina!Preciso um banho por dentro! " (Pág. 295)

ViDEO

a toca

caracterização das personagens

Maria Eduarda da Maia

Carlos da Maia

caracterização das personagens

Maria Eduarda da Maia

  • Alta
  • Loira
  • Bem feita
  • Sensual
  • "flor de uma civilização superior, faz relevo nesta multidão de mulheres miudinhas e morenas"

Caracterização física

Cap. XVIPág 631

  • É apresentada com poucos traços
  • Nunca é criticada
  • É feito o seu contraste com outras personagens femininas
  • Era perfeita (ponto de vista de Carlos)
  • Não é envolvida na crítica de costumes

Análise do excerto

Capítulo XII, XIII, XIV

Olivais

Toca

primeira vez referido: cap. VI (pág. 158)

Dono: Craft

intenção de vender

Carlos

vender

Maria dá a intenção de querer arranjar uma casa

"— Diga-me uma coisa que lhe tenho querido perguntar... Não me seria possível arranjar por aí uma casinhola, um cottage, onde eu fosse passar os meses de Verão?... Era tão bom para a pequena!" (pág. 412)

Análise do excerto

Carlos visita Craft

Preço dos Olivais

duas mil e quinhentas libras

Carlos volta a casa de Maria para contar a novidade, no entanto a primeira pessoa a saber é Rosa

Contraste com estado de espírito de Carlos

Primeira reação de Maria foi de desconfiança e receio

"É tal qual como num conto de fadas" (pág. 419)

Descrição de 'a toca'

Ideia de sexualidade

"Logo depois do portão, penetrava-se numa fresca rua de acácias, onde cheirava bem. A um lado, por entre a ramagem, aparecia o quiosque, com tecto de madeira, pintado de vermelho, que fora o capricho de Craft, e que ele mobilara à japonesa. E ao fundo era a casa, caiada de novo, com janelas de peitoril, persianas verdes, e a portinha ao centro sobre três degraus, flanqueados por vasos de louça azul cheios de cravos." "Só o meter a chave devagar e com uma inútil cautela na fechadura daquela morada discreta foi para Carlos um prazer.

atmosfera de sensualidade

Descrição de 'a toca' - Segundo andar

Era destinado a Rosa e Miss Sara

"Começaram pelo segundo andar. A escada era escura e feia: mas os quartos em cima, alegres, esteirados de novo, forrados de papéis claros, abriam sobre o rio e sobre os campos."

Carlos estava disposto a mudar qualquer decoração/estrutura da casa só para agradar Maria

Descrição de 'a toca' - Sala de jantar

Maria começa a achar o gosto de Craft exótico

Junto da janela, Maria impressiona-se com a vista

"Junto do peitoril crescia um pé de margaridas, e ao lado outrode baunilha que perfumava o ar. Adiante estendia-se um tapete de relva, mal aparada, um pouco amarelada já pelo calor de Julho; e entre duas grandes árvores que lhe faziam sombra, havia ali, para os vagares da sesta, um largo banco de cortiça. Um renque de arbustos cerrados parecia fechar a quinta, daquele lado, como uma sebe. Depois a colina descia, com outras quintarolas, casas que se não viam, e uma chaminé de fábrica; e lá no fundo o rio rebrilhava, vidrado de azul, mudo e cheio de Sol, até às montanhas de além-Tejo, azuladas também, na faiscação clara do céu de Verão"

Nasceu o nome TOCA

demonstra a relação selvagem entre Maria e Carlos

"Devia-se até pintar em letras vermelhas sobre o portão"

Descrição de 'a toca' - quarto

Ambiente que concentra maior quantidade de simbolismos - tragédia

Misturava o sagrado e o profano --> desrespeito das relações fraternas

Maria fica desagradada com o luxo estridente e sensual do quarto

"Era uma alcova recebendo a claridade de uma sala forrada de tapeçarias, onde desmaiavam, na trama de lã, os amores de Vénus e Marte: da porta de comunicação, arredondada em arco de capela, pendia uma pesada lâmpada da Renascença, de ferro forjado: e, àquela hora, batida por uma larga faixa de Sol, a alcova resplandecia como o interior de um tabernáculo profanado, convertido em retiro lascivo de serralho..."

Descrição de 'a toca' - quarto

"Era toda forrada, paredes e tecto, de um brocado amarelo, cor de botão-de-oiro; um tapete de veludo, domesmo tom rico, fazia um pavimento de oiro vivo sobre que poderiam correr nus os pés ardentes de uma deusa amorosa — e o leito de dossel, alçado sobre um estrado, coberto com uma colcha de cetim amarelo, bordada a flores de oiro, envolto em solenes cortinas também amarelas de velho brocatel, enchia a alcova, esplêndido e severo, e como erguido para as voluptuosidades grandiosas de uma paixão trágica do tempo de Lucrécia ou de Romeu."

Uso excessivo dos dourados --> representa sensações mais fortes e fatais

Descrição de 'a toca' - quarto

"Mas Maria Eduarda não gostou destes amarelos excessivos. Depois impressionou-se, ao reparar num painel antigo, defumado, ressaltando em negro do fundo de todo aquele oiro — onde apenas se distinguia uma cabeça degolada, lívida, gelada no seu sangue, dentro de um prato de cobre. E para maior excentricidade, a um canto, de cima de uma coluna de carvalho, uma enorme corujaempalhada fixava no leito de amor, com um ar de meditação sinistra, os seus dois olhos redondos e agoirentos... Maria Eduarda achava impossível ter ali sonhos suaves."

Descrição de 'a toca' - Móvel divino

"Enchendo quase a parede do fundo, o famoso armário, o «móvel divino» do Craft, obra de talha do tempo da Liga Hanseática, luxuoso e sombrio, tinha uma majestade arquitectural: na base quatro guerreiros, armados como Marte, flanqueavam as portas, mostrando cada um em baixo relevo o assalto de uma cidade ou as tendas de um acampamento; a peça superior era guardada aos quatro cantos pelos quatro evangelistas, João, Marcos, Lucas e Mateus, imagens rígidas, envolvidas nessas roupagens violentas que umvento de profecia parece agitar: depois, na cornija, erguia-se um troféu agrícola com molhos de espigas, foices, cachos de uvas e rabiças de arados; e, à sombra destas coisas de labor e fartura, dois faunos, recostados em simetria, indiferentes aos heróis e aos santos, tocavam, num desafio bucólico, a frauta de quatro tubos."

entregam-se exclusivamente à sexualidade, esquecendo outros valores como o heroísmo, a religião e o trabalho

Carlos e Maria

Descrição de 'a toca' - Génio Tutelar da casa

"Era ao centro, sobre uma larga peanha, um ídolo japonês de bronze, um deus bestial, nu, pelado, obeso, de papeira, faceto e banhado de riso, com o ventre ovante, distendido na indigestão de todo um universo — e as duas perninhas bambas, moles e flácidas como as peles mortas de um feto. E este monstro triunfava, enganchado sobre um animal fabuloso, de pés humanos, que dobrava para a terra o pescoço submisso, mostrando no focinho e no olhooblíquo todo o surdo ressentimento da sua humilhação..."

Símbolo da dimensão monstruosa do incesto que ocorria naquela casa

Descrição de 'a toca' - Quiosque Japonês

Espaço especial de Carlos e Maria

Local intimidante, de namoro

Janelinha redonda: limitava o contacto com o exterior, para nada perturbar o amor e a atração entre os dois

Telhado agudo e castanheiros : previdência

Espaço de outra cultura : o amor físico entre irmãos também não condiz com a natureza.

'a toca' - primeira noite de amor

"Um largo brilho de relâmpago alumiou o rio. Maria teve medo, entraram na alcova. Os molhos de velas de duas serpentinas, batendo os damascos e os cetins amarelos, embebiam o ar tépido, onde errava um perfume, numa refulgência ardente de sacrário: e as bretanhas, as rendas do leito já aberto punham uma casta alvura de neve fresca nesse luxo amoroso e cor de chama. Fora, para os lados do mar, um trovão rolou lento e surdo. Mas Maria já o não ouviu, caída nos braços de Carlos. Nunca o desejara, nunca o adorara tanto! Os seus beijos ansiosos pareciam tender mais longe que a carne, traspassá-lo, querer sorver-lhe a vontade e a alma — e toda a noite, entre esses brocados radiantes, com os cabelos soltos, divina na sua nudez, ela lhe apareceu realmente como a deusa que ele sempre imaginara, que o arrebatava enfim, apertado ao seu seio imortal, e com ele pairava numa celebração de amor, muitoalto, sobre nuvens de oiro..." (Pág. 467)

Grande tempestade

presságio do que resultaria aquela relação incestuosa

Símbolos e linguagem queirosiana

Estrangeirismos

  • “Chic a valer!... Good bye!” (capítulo IX)
  • Jesus! O que eu odeio bric-à-brac!
  • “(…) deu dois vivos shake-hands (…)” (capítulo IX)
Advérbio
  • “falou de ti constantemente, irresistivelmente, imodestamente!” (capítulo XII)
Repetição
  • “Pois não sabe perfeitamente que a adoro, que a adoro, que a adoro!” (capítulo XII)
  • Quero matá-lo! Quero matá-lo! Quero matá-lo!

Paradoxo

  • “(…) e inalando a indefinida tristeza de um luxo morto” (capítulo XIII)
Sinestesia
  • “Carlos sentia o seu aroma de verbena, o calor que subia do seu seio arfando com força.” (capítulo IX)

Obrigado