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CURTAS COM HISTÓRIA(S)
aclbferreira
Created on May 25, 2021
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Transcript
Curtas
com história(s)
"Só se vê bem com o coração...O essencial é invisível para os olhos."
Antoine de saint-exupéry
Ponto de partida
Partindo de uma curta-metragem os alunos escreveram uma narrativa, cuja ação deveria incidir nos valores transmitidos pelas animações. A nossa escola - AE Pedro Jacques de Magalhães - trabalhou colaborativamente com o Agrupamento de Escola Dr. Ramiro Salgado, em Torre de Moncorvo. A atividade pressupunha que uma escola iniciasse um texto que seria concluído por alunos de outra escola. Assim, foram elaboradas duas histórias.
Curtas com História(s)
CURTA I
01
Piper, de Allan Barillaro
Disney Pixar
projeto etwinning "Viagens lusas de escrita"
À procura de uma luz...
Os nossos alunos iniciaram uma narrativa para trabalhar os valores da superação, da determinação, da coragem e persistência.
Naquela altura o meu mundo ainda tinha luz. Sempre fui uma rapariga que via o lado bom das coisas, era popular e tinha muitos amigos. O mundo era mágico e do alto dos meus treze anos conseguia alcançar o inalcançável e sonhar com o infinito. Vivíamos numa pequena aldeia, perto do mar, numa casa muito aconchegante e cheia de vida: brincadeiras de crianças, jogos em família, festas de pijama, piqueniques no jardim e muito mais. Normalmente, aos fins de semana, recebíamos a visita dos meus primos e vivíamos aventuras inesquecíveis. Parecia que o tempo parava! Era como se atravessássemos um portal mágico e entrássemos num mundo só nosso, colorido, misterioso e único. Um mundo de crianças sonhadoras, aventureiras e felizes… Relembro muito bem aquele dia. Era domingo. Como de costume fomos à praia em família. A manhã tinha sido espetacular e depois do almoço decidimos estrear-nos no paddle. De repente, sem saber bem porquê, vi-me muito perto dos rochedos. Perdi o equilíbrio e caí. Segundo me contaram, perdi os sentidos e como estava longe da praia levaram algum tempo a socorrer-me. Apenas me lembro de ouvir ecos e ver vultos perpassando à minha volta. Segundos depois, mais nada! Foi o último dia em que vi aquela praia, pelo menos como o fazia até àquele momento. A partir desse dia tive de me reinventar, para sair da escuridão. Aquela queda não passou de um susto, mas a lembrança da onda, que me engoliu e, num instante de terror, apagou a luz do dia, fez desaparecer a beleza da praia.
O meu pequeno paraíso tinha-se transformado num local cheio de perigos e de escuridão. A simples ideia de chegar perto da água paralisava-me por completo. Já não conseguia controlar as minhas pernas…parecia que elas tinham vontade própria e levavam-me sempre para longe das ondas. Já não era a rapariga sempre alegre que voava atrás dos seus sonhos. Vivi, assim, um tempo indeterminado, sempre amedrontada e triste…até ao dia em que conheci a Esperança. Sim, Esperança com E maiúsculo. Era esse o nome da minha nova vizinha. Era uma menina pequenina, com metade do meu tamanho e uns olhos enormes cheios de alegria e de luz. Andava sempre a saltitar como uma pequena ave do paraíso. Não tinha medo de nada, tudo a encantava, tudo fazia nascer as cascatas do seu riso. Foi com ela que ganhei coragem para superar o meu medo. As ondas, que pareciam ameaçadora e frias, escondiam afinal um mundo cheio de cores e de vida…bastava suster a respiração e abrir os olhos! Com esta menina minúscula aprendi uma grande lição: o medo não pode apagar a nossa vontade de viver e ser feliz. O perigo existe, claro, mas, com força e determinação, podemos vencer todos os desafios. O meu mundo voltou a estar cheio de luz…e de esperança!
CURTA II
A maior flor do mundo, de Juan Pablo Etcheverry
02
Continental Animación
projeto etwinning "Viagens lusas de escrita"
a MAIOR FLOR DO MUNDO
A Escola Dr. Ramiro Salgado iniciou o reconto da história narrada na curta-metragem na qual se sensibilizam as crianças e os adultos para a preservação do ambiente e para o respeito pela natureza.
Vamos responder ao desafio do narrador e recontar, com palavras nossas, esta bela história. O filme começa com um singelo besouro, executando a sua árdua tarefa, enquanto é observado pelo narrador, um senhor de idade, parecido com o autor da história, José Saramago. Este nosso narrador gosta de observar a natureza e anotar os resultados das suas observações num pequeno caderno. Só deixa a sua tarefa quando vê um carro aproximar-se e parar à sua beira. Do interior do carro sai uma criança acompanhada por um adulto. Enquanto o adulto vai arrancar a única árvore existente na redondeza, numa vasta extensão de terra árida, nem reparando na pequena flor que crescia na sua sombra, a criança é atraída pelo pequeno besouro, que ele observa cheio de curiosidade e acaba por colocar numa caixa de fósforos. De regresso à sua casa, uma casa nova no meio de uma urbanização de luxo em construção, ele quer mostrar o seu pequeno tesouro aos pais, mas eles não lhe ligam, ocupados a replantar a árvore no seu minúsculo quintal.
O menino abre a caixa para ver melhor o seu besouro, mas este, aproveitando a sua distração, escapa-se, voando por cima do muro do quintal. O menino é impelido a segui-lo. Primeiro espreita por cima do muro, por onde voou o inseto, e observa a destruição da natureza que as máquinas fizeram. O terreno à sua volta parecia uma sucata: máquinas enferrujadas e pedaços de madeira eram a única coisa que decoravam aquele pedaço de terra sem um único ponto verde. Depois, curioso, o menino sai do quintal e começa a sua caminhada de descoberta, chegando a um pequeno riacho. Ele segue o seu caminho ao longo da sua margem cheia de lixo e de entulho das obras e continua a perseguir o besouro até que chega a uma pequena ponte feita por um galho caído sobre a água. É então que ele observa a outra margem, onde se estende uma vasta floresta verdejante que contrasta com o terreno árido da sua urbanização. Primeiro hesita em atravessar o pequeno rio, mas a curiosidade e o fascínio são mais fortes: resolvido, passa para a outra margem e começa a sua caminhada no meio da bela floresta.
Ao deparar-se com uma beleza tão fascinante, o rapaz parecia ter entrado num mundo à parte, quase mágico. Tudo parecia irreal e puro, as cores vivas e cheias de brilho, como se nunca tivesse estado em contacto com a natureza. Ainda mais curioso, o rapaz segue o caminho pelos campos de flores brancas e perfumadas. Entretanto, apercebe-se de uma bela borboleta amarela que pousava numa das flores. Nunca tinha visto uma borboleta tão bela! Absorvido com tanta delicadeza e perfeição, corre atrás da borboleta que o leva até uma paisagem completamente diferente: árida, seca, triste e sem cor. Morta! Sobe o monte, no qual vê um único e pequenino sinal de vida, uma frágil flor, cujas folhas verdes estão murchas e sedentas. Também ele está morto por dentro. Rapidamente, decide voltar ao rio para ir buscar água. No caminho, reencontra o besouro, tropeçando nele sem sequer o ver, o que deixa o besouro aliviado. Corre para as margens do rio e com as suas mãos recolhe água. Retorna à flor e rega-a. Imediatamente, a flor ganha ânimo e o rapaz regressa ao rio. Sucessivamente faz este percurso e rega a flor, tantas vezes quanto as necessárias para esta se tornar numa flor branca e amarela gigante.
Cansado de fazer aquele percurso, boceja e acaba por adormecer ali mesmo, deitado no chão seco. Parecendo ganhar vida e vontade própria, a flor deixa cair uma das suas pétalas, que cobre o menino como se de um cobertor se tratasse, o que a uma primeira vista se assemelha a uma forma de agradecimento pelo gesto da criança. Entretanto, os pais do menino dão pela sua falta e decidem procurá-lo. Ao longe avistam a flor gigante e seguem o seu caminho até ao local, passando pelo riacho e pela verdejante e bela floresta. Preocupados chamam o menino e recebem-no de braços abertos, observando espantados a flor gigante que abeirava o menino. E eis-nos novamente com o nosso narrador, que assume que esta seria a história que ele gostaria de contar a todas as crianças. Ao que parece conseguimos aceder ao seu pedido e contámos a sua história, com palavras simples e para outras crianças. Será que foi, como diz, muito mais bonita? Porém, não podemos deixar de nos ir embora, sem primeiro fazermos um apelo a todos vós, crianças e adultos: temos de aprender a respeitar a natureza e a preservar o ambiente. Está nas mãos de todos nós proteger-nos e “construir” um mundo belo, aprazível e saudável. O Mundo está nas mãos de todos nós!!
obrigada!